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sábado, 24 de outubro de 2015

               João e Maria 2 é Cancelado!!

       Infelizmente para a nossa tristeza a continuação de João e Maria caçadores de Bruxas(2013),foi cancelada!
   Depois de muitos imprevistos o longa estrelado por Jeremy Renner e Gemma Arterton não terá sua continuação,a Paramount desistiu de produzir o filme.Mas talvez nem tudo esteja arruinado,o filme poderá virar uma série de tv,poucos detalhes foram anunciados sobre isso,mas segundo algumas informações o projeto está em desenvolvimento.
   O que poderá arruinar de vez se for feito,será um reboot ou seja recomeçar a história do início,com outros atores.O que pra mim,e muitos outros fãs seria o fim da picada!!
    

                                 (Sobre essa notícia)

terça-feira, 26 de maio de 2015

Fanfic "João e Maria:a Vingança das Bruxas" Capitulo 6

Ressentimento 

Eu não entendo o porque ela me escondeu isso.Me aproximei mais da Regina,ela parecia meio que chateada.Peguei na mão dela e perguntei:
-Você está bem Regina?
Ela passou a mão nos longos cabelos pretos e brilhosos que ela possuía e disse:
-Sabe João as ninfas são as criaturas mais bonitas,perigosas,inteligentes e é meio difícil não se apaixonar por uma.Meu pai era um caçador de recompensas,com apelido de "Robin Hood".Ele acreditava em criaturas mágicas e um dia quando ele estava caçando ele encontrou esse lugar maravilhoso.Minha mãe...ÁS vezes eu não gosto de chamar ela de mãe...O nome dela é Ninfadora,mas ela não contou nada ao meu pai sobre sua origem.Meu pai foi se apaixonando,ele queria se casar,mas depois ela sumiu...
Fiquei mais curioso e perguntei:
-Mas seu pai nunca mais viu ela,o que aconteceu?
Regina ficou batendo o pé no chão e respondeu:
-Sabe...João...Você e sua irmã não falavam de seus pais,vocês tentavam esquecer eles.Pelo fato deles terem deixado vocês na floresta e vocês não sabiam o motivo,agora vocês sabem e já perdoaram eles.Minha mãe largou meu pai quando ela estava com poucos meses de gravidez,mas meu pai não sabia de nada,apenas os meus avós.E quando eu nasci,a minha mãe não quis me ver,ela apenas escolheu meu nome e depois me deixou na casa dos meus avós.No dia em que ela me deixou lá,o meu pai José sofreu um acidente e faleceu.
Regina  não deixava a tristeza domina-la.Ela apenas deu um sorrisinho e pegou na minha mão.Barton se aproximou e disse:
-Regina é a nossa única meia-ninfa que sobreviveu.As ninfas não nasceram para serem mães,apenas para cuidar dos filhos dos outros.Elas não aprendem que não podem se apaixonar por humanos.
Virei para Barton e perguntei:
-Por que ninfas não podem se apaixonar por humanos?
Regina sempre com palavras sabias respondeu:
-Quando as ninfas se apaixonam por um humano os poderes delas começam a ficar fracos e quando nasce um bebê elas o perdem totalmente.Apenas quando elas se afastam do bebê e do amor delas,ai os poderes voltam e muito mais fortes!
Dei a minha opinião:
-Talvez algumas fazem isso,porque sabem que depois os poderes vão voltar mais fortes!
Kenedo gritou bem alto:
-Hora de se recolher está ficando tarde.É hora das bruxas.
Regina levantou e disse:
 -Odeio quando chega essa hora.As bruxas aproveitam para fazer suas maldades.Amanhã vou ter que voltar para os meus avós.E avisar a sua irmã que você está aqui.
Ela me ajudou a levantar,pois eu estava com a perna machucada.Então Barton levou eu e a Regina até uma pequena casinha.Tinha duas camas,Barton segurou a porta enquanto entravamos e ele disse:
-Tentem dormir,as coisas aqui não são fáceis a noite.Elas não podem saber que o João está aqui.
Ele fechou a porta e ouvimos os pesados passos dele se afastando.
A Regina estava de frente para a minha cama,muito inquieta e pensadora.
-Regina,posso te perguntar uma coisa?-falei.
-Claro,pode perguntar.-falou ela.
-Você já se apaixonou alguma vez?-perguntei.
Ela ficou envergonhada e suas bochechas rosaram,então me respondeu.
-Não,nunca me apaixonei..nunca achei nenhum homem interessante o bastante,eu acho...sabe alguém que me entendesse,o qual eu pudesse compartilhar esse segredo que levo comigo,e mesmo que eu achasse eu não podia ficar com ele,pois tenho meu dever a cumprir aqui.E você João já se apaixonou alguma vez?aposto que sim heim,você já andou por tantos lugares.
-Sabe,hum...teve uma mulher,muito bonita e gentil,ela se chamava Mina..ela era uma bruxa branca,me ajudou muito.-falei.
-E o que aconteceu com ela?Parece que você gostava muito dela.-falou Regina.
-Sim,eu gostava,eu até pensei na possibilidade de ter uma família com ela,mas ela foi morta por Muriel,eu não consegui impedir que aquela maldita a matasse!!

Continua. . .

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Fanfic "João e Maria:a Vingança das Bruxas" Capitulo 5

A REVELAÇÃO

Então eu e Regina fomos pela floresta,e começamos a conversar.
-Sabe João,faz muito tempo que eu vivo nessa aldeia,eu nunca saí dela desde que nasci até agora,tenho uma vontade muito grande de conhecer o resto do mundo,e fazer algo significativo como você e sua irmã.-falou Regina.
-Então por que você nunca saiu?-falei.
-Tenho que cuidar dos meus avós eles já são muito velhinhos,não podem ficar sozinhos.
De repente um rosto feminino veio na minha cabeça e me chamava,uma mulher de cabelos ruivos,olhar bem triste assustado.Ela pedia ajuda.Balancei minha cabeça,tentando voltar para a realidade,mas não estava funcionando,fechei os meus olhos e coloquei as mãos nos ouvidos.
Regina se aproximou e pegou com as duas mãos na minha cabeça e olhou fixamente para mim e perguntou com a voz alta:
- Que foi?O que está acontecendo?
A voz da moça que me pedia ajudar,foi se afastando até que parou.Mesmo que a voz estivesse acabado,eu me senti mau,minha cabeça começou a doer e meu corpo estava todo tremendo.Meus olhos começaram a fechar,Regina segurou meu braço.Ela pegou um Cantil de Bolso,abriu,despejo a água na minha boca  e no meu rosto.A água estava tão gelada que eu fui melhorando.
- Eu não sei o que está acontecendo comigo,eu tenho que chegar em casa logo.
Regina fez uma cara de preocupada e disse com a voz baixa com medo que alguém estivesse ouvindo:
- Olha João,isso que está acontecendo com você só pode ser obra das bruxas!Elas querem que você e a sua irmã saiam do caminho delas.
Fiz um movimento com a boca para falar quando,dois trolls apareceram.O mais baixo jogou um tipo de pó magico em Regina,ela desmaio e ele a pegou nos enormes braços que ele possuía,eu fiquei sem reação,eu não me lembrava que os trolls usavam esses tipos de coisas,fiquei paralisado o  outro troll veio ao meu encontro,com a cara fechada,eu fiz uma posição de ataque,mas o troll jogou o pó no meu rosto e eu apaguei.
Acordei sentindo cheiro de bolo,passei a mão nos olhos e quando abrir.Tive um leve susto,varias pessoas estavam ao meu redor,mas não pessoas normais,eram criaturas mágicas.Anões,centauros,elfos,fadas,gnomos e entre outros.Quando eles perceberam que eu acordei,todos começaram a bater palma,até que os dois trolls que sequestraram eu e a Regina se aproximaram.Um deu um sorrisinho de lado,estirou a mão e disse:
- Ué João!Vamos levantar e conhecer seus novos aliados.
Fiz uma cara de assustado falei bem baixinho pra mim mesmo:
- Aliados?
O troll impaciente pegou na minha mão e puxou com tudo.
- Meu nome é Kenedo e o outro troll o que pegou a sua namorada é o Barton.-Disse o troll bem sorridente.
- Ela não é minha namorada...-Falei seriamente-Onde ela está?
Barton apontou para o lado esquerdo e a multidão que estava a minha volta foi se abrindo,e eu comecei a ver Regina sentada,fazendo tranças em uma menina.
Ela olhou para mim e sorriu.Olhei para Barton e perguntei:
- Que lugar é esse?...Já andei por toda a floresta e nunca vir um lugar tão magico.
- Aqui é onde os seres mágicos vivem - Disse Kenedo todo orgulhoso - Mas apenas pessoas que acreditam em criaturas lendárias podem ver tudo isso e como você é um caçador de bruxas você consegue ver e entrar nesse lugar que ficar abaixo da superfície.
- Mas como a Regina consegue ver também? - Perguntei com um olhar desconfiado.
- Regina é especial,mas só ela pode te dizer o porque. - Respondeu Barton.
A multidão começou a se afastar Kenedo me chamou para sentar e tomar uma bebida,fiquei analisando cada detalhe daquele lugar.Perguntei:
- Kenedo,porque não tem bruxas aqui?
Kenedo sem exitar respondeu:
- As bruxas negras não são bem-vindas aqui e as brancas...Nunca mais vimos uma depois da morte da sua mãe.
Fiz uma cara de espanto e perguntei:
- Então você conheceu a minha mãe?
Barton sentou-se a mesa e disse:
-Todos conhecemos a sua mãe,foi uma grande bruxa.Kenedo não conheceu ela pessoalmente,ele era pequeno,quando ela faleceu.E a Muriel também foi uma grande bruxa...
Interrompi e falei espantado:
- Pelo que me contaram a Muriel era uma bruxa negra.
Kenedo fez uma cara de assustado,ficou olhando para os lados e disse:
- Xiu caçador....Fale mais baixo,ninguém desse lugar saber disso.
Cada vez mais eu estava confuso e perguntei:
- Porque não sabem?
Barton murmurou:
- Muriel era uma de nós,mas ela sonhava em ser uma pessoa poderosa,ela queria ser mais forte que sua mãe Adrianna e a inveja consumiu ela.Muriel foi deixada na floresta com apenas poucos dias de vida,as ninfas cuidaram dela e os trolls protegiam ela.Depois que ela cresceu,ela jogou uma maldição para os trolls servirem as bruxas e então de família viramos escravos .
Regina sempre alegre chegou na nossa mesa e sentou.Kenedo olhou maliciosamente o olhar de Regina para mim e disse ao Barton:
- Vamos sair!João e Regina tem que conversar muito.
Ela olhou para Kenedo,sorriu,depois olhou para mim e perguntou:
- Do que precisamos conversar?
Kenedo e Barton saíram.Então olhei para Regina e perguntei:
- Porque esses dois trolls são menores que todos que eu já vi?
Regina olhou para eles que estavam se afastando e respondeu:
- Depende da especie do troll e eles são da especie menor.
Comecei a rodar o copo de cerveja na mesa e a Regina olhou para mim e perguntou:
- João o que eles falaram de mim?
Primeiro fiquei pensando no que Barton disse sobre a Regina e então resolvi perguntar a ela:
- O que você tem de especial para ter conseguido entrar aqui? 
Regina ficou séria e respondeu:
- João...Você acreditar em bruxas,não são apenas bruxas que existem nesse mundo,elas apenas dominaram a terra,enquanto as criaturas mágicas ficam aqui em baixo esperando isso tudo acabar para sair.
Ela estava desviando do assunto principal então perguntei novamente:
- O que você tem de especial Regina?
Os Olhos de Regina estavam assustados ela não queria falar,mas então ela respondeu falando bem baixo quase nem dava pra entender:
- Filha de ninfa com um humano.


Continua...















quinta-feira, 2 de abril de 2015

A Once Upon a Time Tale:Despertar Capitulo 4

CAPITULO 4
O PREÇO DA MAGIA




NA MANHÃ SEGUINTE, EMMA CAMINHOU COM HENRY DE SUA casa até o ponto de ônibus, despreocupada se Regina os veria ou não. Ele estava muito feliz por vê-la, animado com John Doe e a Operação Cobra, e Emma ouviu seu falatório alegremente. Regina não iria afastá-la dali. Não mais. Depois que Henry acenou em despedida e o ônibus se afastou, Emma teve de dar uma parada rápida quando a única viatura policial da cidade avançou sobre uma entrada de garagem e bloqueou seu caminho na calçada. Graham acenou, desejou-lhe um bom dia e pulou para fora do carro. Você quase me atropelou disse Emma. — Olá! —Tive de chamar a sua atenção disse Graham. Essa foi a única forma que imaginei de fazer isso... — Vai me prender de novo? — disse Emma. — Deixe-me adivinhar. Acusada de ser uma pedestre imprudente. Ele sorriu e abaixou a cabeça, movimento que Emma considerou ser sua maneira de reconhecer a forma injusta como tinha sido tratada até agora. Emma sabia que Graham era simpático a ela, mesmo que ele e Regina parecessem ter uma relação complicada. Havia algo entre o xerife e a prefeita, talvez algo romântico. Ela não podia dizer o que era, mas sentia isso. E era uma coisa que tinha sentido. Muitas horas extras trabalhando juntos; nenhum deles comprometido... Ela ainda não sabia como se encaixava na equação de Storybrooke, mas certamente era um assunto que importava. Na verdade, quero lhe oferecer um emprego —disse Graham. Preciso de ajudante Sei que você é boa nisso. E acho que poderíamos trabalhar muito bem juntos. — Algo me diz que sua chefe não gostaria disso — disse Emma. Ela se surpreendeu com a oferta. Ficou lisonjeada, além do mais. E não se importaria de trabalhar algumas horas extras com Graham também, agora que começava a pensar nisso. Ela disse que não. Mas ele lhe pediu que pensasse sobre o assunto. Ela disse que o faria, e o xerife foi embora, aparentemente satisfeito por ter conseguido esse compromisso dela. A próxima surpresa veio na lanchonete, vinte minutos depois, quando Regina entrou em seu compartimento, deu um sorriso diabólico e disse: — Bom dia, Srta. Swan. Seu passeio com o meu filho foi bom? — E claro que você já sabe tudo sobre isso — respondeu Emma.
Não estou aqui para falar nisso. Não me importo com essa história. E entendo o seu desejo. Ele é uma criança adorável — disse Regina. — Então, vamos lá — disse Emma secamente Sobre o que quer conversar comigo? — Raízes, Srta. Swan. O problema são as raízes — respondeu Regina. — Raízes? — Isso mesmo — disse Regina. — Você não tem nenhuma raiz. Anda à deriva pelo mundo, nem tem capacidade de ficar muito tempo no mesmo lugar. Phoenix, Nashville, Tallahassee, Boston... E agora está aqui. Sem aluguel, ficando com a Srta. Blanchard. Por quanto tempo será dessa vez? Você compreende, vê o que estou querendo dizer? Estou contente que Henry esteja feliz, mas faço este apelo a você. Se for honesta consigo mesma, não entende que isso vai acabar machucando Henry em vez de ajudá-lo? Emma olhou fixamente, sentindo o frio que reconhecia como característica de um medo que ela tinha de si mesma. Regina percebeu isso e enfiou a faca ainda mais profundamente: — Você vai deixar a cidade, com o tempo. As pessoas não mudam. Por que não poupar os sentimentos de seu filho e arrancar logo o esparadrapo? Vai doer, mas apenas uma única vez... A prefeita levantou-se e foi embora. Emma ficou tão perturbada com o comentário, que se pôs de pé também, tentando pensar em algo para dizer em resposta. Mas as palavras não vieram. Tudo o que conseguiu fazer foi derrubar todo o seu chocolate quente, e o líquido escorreu sobre o seu suéter. Ruby viu isso acontecer, teve pena e mandou-a ir ate a lavanderia da lanchonete para lavar o suéter. — Minha amiga está lá atrás — disse ela, como se fosse uma ordem. — É simpática, converse com ela. Você vai lá? Ela deve estar passando por alguma dificuldade — disse Ruby, e foi embora. Com certeza, pensou Emma. Feliz em poder ajudar. Encolheu os ombros e se dirigiu para os fundos da lanchonete. A amiga de Ruby estava de fato lá, tentando (sem sucesso) lavar um conjunto de lençóis brancos, chorando enquanto fazia isso. Emma lhe deu alguns conselhos com base em seu conhecimento muito limitado de roupa: Tente um pouco de alvejante, amiga. Mas, ao sentir alguma conexão, a garota, Ashley era o nome dela, agarrou-se a Emma como um cachorrinho perdido e foi logo contando toda a sua história triste. Ruby com certeza tinha razão: ela estava passando por problemas. Dezenove anos, grávida, sozinha no mundo, nenhum plano, nenhuma maneira de ganhar dinheiro. "Onde é que já ouvi essa história antes?", pensou Emma, ao escutar as preocupações da jovem. Eu não sei, não sei — disse Ashley. Às vezes, tenho vontade de desistir. Você tem dezenove anos agora disse Emma. — Eu era uma adolescente de dezoito.
Ashley olhou para ela, percebendo o que Emma estava dizendo. Fica mais fácil com o tempo — mentiu Emma. —Mas, escute. O que vou dizer ê importante: quem decide ê você. Vai ter de escolher e, se resolver que pode fazer, faça. Porque vai conseguir. Ashley limpou o rosto, deixando que as palavras de Emma fossem assimiladas. Emma acrescentou: — A vida está aí para ser seguida. Você tem de seguir sua vida. Não parece que seja algo assim tão simples, mas é. Isso pareceu atingir Ashley. Algumas das nuvens que tinham estado sombreando seu rosto se dissiparam. Emma se surpreendeu um pouco com o próprio discurso, mas foi como ela chegara até ali. Seja ousado, seja forte, não há nenhuma outra maneira. Demoraria apenas algumas horas para que ela descobrisse que Ashley levara literalmente adiante seu conselho. ERA SÁBADO, e Mary Margaret e Emma estavam juntas no apartamento. Os poucos pertences de Emma já tinham sido entregues, vindos de seu apartamento em Boston. Ela estava arrumando suas roupas enquanto Mary Margaret fazia ovos mexidos. A vida estava começando a parecer um pouco mais normal. — E só isso? Isso é tudo o que você tem? — perguntou Mary Margaret avaliando a caixa. —Não sou nenhuma colecionadora de tralhas. Não guardo coisas — respondeu Emma. — Bem, fica mais fácil de fazer a mudança, certo? — disse Mary Margaret. Antes que Emma pudesse ficar chateada com o inocente comentário de Mary Margaret, a campainha tocou. Mary Margaret foi atender e arquejou um pouco quando viu quem era. O s.r. Gold, com um curativo na cabeça, escurecia a porta de entrada. - Olá, Srta. Blanchard — disse ele educadamente. — Estou procurando a Srta. Swan. Emma caminhou para a porta e se colocou atrás de Mary Margaret. Lembrava-se dele da Pensão da Vovó, na sua primeira noite na cidade. Sujeito assustador, esse... Sim? — foi tudo o que Emma disse. — Ah, Srta. Swan... Olá! — disse ele. — Talvez você se lembre do nosso breve encontro? Sou Gold, um homem de negócios... da região. — Eu me lembro - respondeu Emma. Ele assentiu e continuou: — Um passarinho me contou que você e muito boa em localizar as pessoas. E, como preciso rastrear alguém, pensei em dar uma passada aqui e oferecer-lhe trabalho. Tanto ela como Mary Margaret ficaram olhando para o homem por um longo tempo. Mary Margaret, em seguida, deu uma desculpa e se retirou. Emma, cautelosa, mas intrigada, deu de ombros e convidou-o a entrar.
- O nome dela é Ashley Boyd disse ele, enquanto ambos se sentavam no sofá da sala de estar. — Ela roubou algo de mim. — Por que você não chamou a polícia? —Porque esse é um assunto delicado. Não quero que a garota tenha problemas. Só preciso ter de volta aquilo que me foi roubado. — O que foi que ela roubou? — perguntou Emma. — Não acho que seja importante que você saiba do que se trata disse ele. — Encontre a garota, sei que você pode encontrá-la. E, quando a encontrar, o que me foi roubado estará com ela. Emma não sabia o que pensar, mas não faria mau algum ganhar um pouco de dinheiro nessa altura dos acontecimentos. Não tinha conseguido ganhar nem um centavo até agora, desde que chegara à cidade. — Ela invadiu minha loja ontem à noite, murmurando alguma coisa sobre tomar o controle, sobre o fato de ter escolhido assumir o controle da vida de alguém, algum disparate desse gênero — disse ele. Gold deu de ombros, tocou o curativo na cabeça, e, quando ele fez isso, Emma tentou esconder o brilho de surpresa nos olhos. "Minha nossa", pensou, "é a mesma Ashley da lanchonete". Tudo bem - Emma se viu falando. — Tudo bem. Vou encontrá-la. O s.r. Gold, aparentemente satisfeito, levantou-se e agradeceu à jovem. Na porta, quase foi atropelado por Henry. que vinha pulando, com um grande sorriso no rosto. — Eu tenho até... - vinha exclamando Henry, mas parou no meio da frase quando viu o sr. Gold olhando para ele. — Olá, meu jovem - disse o sr. Gold. A srta. Swan e eu estávamos conversando sobre assunto de negócios. Eu já estava de saída. Até mais ver. Henry parecia aterrorizado. E Emma sabia o porquê disso; lembrou-se do livro: Henry achava que Gold era Rumpelstiltskin. — Olá, sr. Gold -- disse Henry bem baixinho, e depois entrou no apartamento, cabisbaixo. Assim que o sr. Gold foi embora, Emma sentou-se com Henry e lhe disse que ele não poderia continuar a aparecer ali em segredo, mesmo que ela quisesse muito vê-lo. Explicou que Regina encontraria uma maneira de usar esse artifício contra eles. Henry assegurou-lhe que estava tudo bem que ele tinha até as cinco horas e que sua mãe nunca saberia. Emma não gostou nem um pouco disso. Antes que pudesse insistir no ponto que ele deveria ir embora para evitar ainda mais problemas, Henry começou a fazer perguntas sobre o motivo pelo qual o senhor Gold fora até lá. Ele me pediu para encontrar uma pessoa — disse ela. Uma garota. E apenas um trabalho. Que garota? — perguntou Henry.
— Duvido que você a conheça, rapaz disse ela, lamentando ter começado a contar a conversa com o homem. Henry sentou-se no sofá e começou a mexer em sua mochila, tirando algumas coisas. Pegou seu livro e começou a folhear as páginas. — Ela está grávida? — perguntou ele. Emma voltou-se para ele com os olhos arregalados. — Como você sabe disso? — perguntou ela. O PLANO DE EMMA ERA SIMPLES. Ela nunca fazia um plano complicado, a me nos que precisasse disso, e em sua experiência, sempre que ela tentava encontrar alguém, era mais simples começar a busca os amigos. Emma não sabia muita coisa sobre Ashley, mas sabia que tinha uma amiga em Storybrooke: Ruby. Ela e Henry foram direto para a lanchonete. Quando viu que Ruby ficou um momento livre, Emma puxou-a até a porta de trás e perguntou se ela tinha algum palpite sobre onde Ashley poderia ter se escondido. — Não sei não... disse Ruby, balançando a cabeça. — Desculpe-me — disse, enquanto empurrava a porta para trás e a mantinha aberta. - Estou esperando que eles me devolvam o meu carro, me desculpe. — Você acha que o namorado teria algum envolvimento nisso? — perguntou Emma. — Ele deve ter alguma relação com esse assunto, para estar envolvido no caso — disse Ruby. Ele não fala com ela há pelo menos seis meses. E um idiota completo. Ela mencionou que ele não tinha... feito a coisa certa — disse Emma. — Quando descobriu que ela estava grávida. Ele terminou com ela disse Ruby com desdém, mastigando com som alto o seu chiclete. Parecia que ela estava prestes a dizer alguma coisa, mas naquele momento um caminhão de reboque rodava pelo estacionamento dos fundos, puxando um Camaro vermelho cereja. O reboque parou e o motorista saiu, acenou para Ruby( que acenou de volta de maneira bastante provocante, Emma percebeu, e ainda acrescentou uma despedida rebolativa dos quadris só para ter certeza), e começou a descer o veículo. Era um belo carro para uma garçonete, pensou Emma. —E onde está a família de Ashley? — perguntou Emma. —Na verdade, ela realmente não tem família — disse Ruby. — Parece que tem uma madrasta horrível em algum lugar. Acho que deve ter meias-irmãs. Não sei. Ela não fala com elas. Henry puxou de maneira conspiratória a jaqueta de Emma, e lhe acenou quando ela olhou para baixo. Emma balançou a cabeça negativamente e mandou-lhe um olhar de "agora não, moleque". — Sabe de uma coisa? Talvez você devesse perguntar ao Sean— disse Ruby. Talvez ele saiba de alguma coisa. Ele mora com o pai. — Ela pegou a mão de Emma, puxou-a para si e, em seguida, pegou a caneta
atrás da orelha. — Vou anotar o endereço. UM HOMEM CORPULENTO, na casa dos cinquenta anos, abriu a porta quando Emma tocou a campainha, naquele grande sobrado de meados do século passado. Devia ser o pai. Ela perguntou por Sean, e o homem se apresentou como Mitchell Herman, perguntando o que ela queria. A maneira como ele disse o próprio nome, a maneira como ele apertou a mão dela e cruzou os braços depois disso - Emma sentia quando não ia gostar de alguém. Esses ricaços gordos e mandões não faziam exatamente o tipo dela. Emma estava feliz por ter deixado Henry no carro enquanto explicava que Ashley havia sumido e que tinha sido contratada para encontrá-la. Contou-lhe alguns outros detalhes, mas Mitchell assumiu de cara o que ela lhe deu no início e disse: —É claro que ela desapareceu, é claro que ela não cumpriu o acordo. Não se pode confiar nela para ser uma boa mãe, não se pode confiar nela para fazer a coisa certa. Para início de conversa, ela se permitiu ficar grávida, não e? "Ah", Emma pensou. "Eu realmente não gosto de você." — Quem está na porta, pai? Emma ouviu alguém falar e, atrás de Mitchell, Sean emergiu de um quarto nos fundos e veio pelo saguão. Ele era tão jovem, apenas um garoto, não devia ter nem mesmo vinte anos. Assim como Ashley Emma não podia acreditar que seu próprio filho, um dia, também pudesse se transformar em semelhante criatura, viva e grandalhona. E não podia acreditar que ela mesma tivesse sido como Ashley... — Está tudo bem? — perguntou Sean. — Não, Sean, nem tudo está bem disse Emma, e sua voz soou de repente dura, inflexível. — Ashley está desaparecida. Se você souber de algo, deve me dizer onde ela está ou então precisa avisar a polícia. Agora mesmo. —E estou falando sério, se souber de qualquer coisa... Sean ficou extremamente agitado quando ouviu essa informação, e tentou passar pelo pai, que o deteve e bloqueou a porta. — O que você quer dizer com "desapareceu"? — disse Sean. — Onde ela está? E o bebê? — Não — disse Mitchell. Virou-se para o filho. — Fique aí dentro, vamos conversar em um minuto. — Já entendi disse Emma. — Você é o motivo, certo? Foi por isso que ele rompeu com a menina, por sua causa. Mitchell olhou para ela como um idiota. — Eu tinha tudo arranjado para aquela menina. Tudo certo. E ela estava de acordo. Foi tudo muito civilizado. Tudo o que a garota tinha a fazer era seguir adiante, e pronto. —O que você quer dizer com "tinha tudo arranjado"?— perguntou Emma.
— Quero dizer exatamente isso mesmo — ele respondeu. — Eu tinha feito um acordo. — Pelo bebê? Você vendeu o bebê? E quem é o comprador? —perguntou Emma. Mitchell Herman parecia honestamente confuso agora, e Emma foi relembrando palavra por palavra da conversa, tentando descobrir o que lhe teria escapado. E então percebeu. — Gold — disse. — É claro. — Sim, claro, Gold — disse o homem. —Não foi ele quem a contratou? Para trazer o bebê de volta? Achei que você trabalhava para esse sujeito. Emma fechou os olhos, já devia ter adivinhado toda a história lá atrás, na lanchonete, quando estivera conversando com Ruby... Ruby, que sabia de tudo também, desde o começo E a tinha enviado até ali para conseguir mais algum tempo para Ashley. A propriedade de Gold que Ashley tinha roubado era... ela mesma. Droga pensou Emma, girando o corpo e correndo de volta para o V W. Já dentro do carro, deu partida no motor. — Temos de encontrar essa garota, Henry disse Emma, pondo o carro em marcha. — Ela entrou em pânico e precisa de nossa ajuda. E já deve estar fugindo da cidade. Ha apenas uma estrada que leva para fora de Storybrooke — disse Henry. — Mas... — Não me venha com essa história de maldição agora, garoto — disse Emma. — Isto é real, isto é de verdade. Ela está fugindo e deve estar bem longe, a esta altura. Dez minutos mais tarde, sentindo-se como se estivesse interpretando o papel principal em um pesadelo, Emma fez uma curva na estrada tora da cidade e viu o vermelho brilhante da parte traseira do Camaro apontando para cima, para fora de uma vala. Ela bateu o carro, pensou Emma ao pisar no freio, e em seguida saiu correndo para o carro de Ruby. Ashley não estava ao volante, o que foi um alívio, na verdade. Emma olhou em volta, examinou a mata. E ouviu os gemidos quase imediatamente. Ela e Henry encontraram a garota uns três metros além da linha das árvores, sentada no chão, segurando a barriga. Quando ela viu quem se aproximava, olhou- os, e seus olhos estavam cheios de terror. —O bebê — gritou ela. — O bebê está nascendo agora! EMMA E HENRY SENTARAM-SE JUNTOS na sala de espera da Emergência do hospital, quando Ashley desapareceu no final do corredor, levada pelos enfermeiros. Emma, nervosamente olhando para seus sapatos, não percebeu quando Henry ergueu os olhos do livro e a estudou. Ela torcia as mãos e mexia nos dedos, ocupada demais, imaginando o que Ashley estaria passando. Imaginando e lembrando. Não podia acreditar que Ashley tivesse chegado tão perto do desastre. Uma garota como essa sozinha na floresta... —Você é a única— disse Henry.
Emma olhou para ele —O que foi que você disse? — perguntou Emma. —Você é a única que pode sair de Storybrooke disse ele. — Todos nós estamos presos aqui. Se quiser, pode ir embora. Você sabe disso, certo? — O que você quer dizer com isso? São as regras da magia. E assim que a maldição funciona. As pessoas que já estão aqui na cidade não podem sair, porque acontecem coisas ruins sempre que tentam escapar. Você não está presa, entendeu? Você é especial. Você não é daqui. Então pode ir embora quando quiser, a qualquer momento. E tudo bem em relação a isso, vou entender... Ela sentiu vontade de estender a mão, puxa-lo para si, aconchegar a cabeça dele contra o peito. Para protegê-lo das coisas que não tinham sentido. Mas Emma se recompôs, estendendo a mão e segurando o braço da cadeira. —Qualquer um pode ir embora, garoto — disse ela. Não ha nenhuma maldição. - Ela viu que o medico vinha em direção a eles pelo corredor. —E, além disso, acrescentou, ficando de pé, não vou a lugar nenhum. Há muita gente perdida por aqui. O sorriso no rosto do medico contou a Emma tudo o que ela precisava saber, mesmo antes de ouvir os detalhes: a bebê tem dois quilos e setecentos, e tanto ela como a mãe estão saudáveis e felizes. — Obrigada disse Emma. O alívio da tensão fez com que soltasse os ombros. Ela pegou na mão do médico e a apertou. Muito obrigada — disse. Henry tinha de estar em casa às cinco da tarde, se ela quisesse evitar outra sessão de broncas por parte de Regina, então mandou que ele recolhesse suas coisas e ambos cruzaram a sala em direção ao banheiro. Com o canto do olho, através da janela da frente, viu o sr. Gold se aproximando do hospital, balançando a bengala alegremente. Ele entrou, olhou em volta. Emma foi até ele, tomou-o pelo braço e acompanhou-o até as máquinas de venda automática. — Deveria ter me contado disse ela. — Sobre a bebê. Ela não é uma mercadoria, e essa coisa toda cheira muito mal! Ah! — disse Gold, deliciado. — Então... é uma menina? — Ela vai ficar com a bebê. A escolha não é sua. Ela é quem tem de escolher. —Mas ela já escolheu Srta. Swan retrucou Gold. Meses atrás. Temos um contrato. Então, vá para casa e rasgue-o — disse Emma, — porque isso não significa mais nada. Nada mais. Ficaram olhando um para o outro por um momento. A tensão se quebrou quando Gold, inclinando a cabeça, com um brilho de admiração nos olhos, disse: — Muito bem, Srta. Swan. Vou deixá-la escapar disso. Mas comigo não fica nenhuma dívida sem ser paga. A senhorita vai ter de me dar algo em troca.
— Que tal um saco de roupa suja? —disse Emma. —Basta dar um pulinho rápido em meu apartamento, pois tenho um lá. — Você me deve um favor. Um favor — disse ele, levantando um dedo. Simples. Você gosta das coisas simples, não é? Ela não estava gostando daquilo, mas não parecia ter escolha. — Tudo bem — disse Emma. E estendeu a mão. — Combinado. Juntos, Emma e Henry rodaram pela cidade, passaram pela lanchonete, onde Emma vislumbrou Ruby flertando com Billy, o garoto do caminhão de reboque. Emma deixou Henry em casa com quinze minutos de antecedência da hora marcada, e estava de volta à casa de Mary Margaret dez minutos depois, sem saber direito o que fazer do dia. O que ela sabia que não iria a lugar nenhum. Ligou para o xerife Granam e perguntou-lhe se a oferta de emprego ainda estava de pé, porque, se estivesse, toparia. Proteger e servir — disse Emma, olhando para o relógio da torre. — Sou um bocado boa nisso. — Certamente, parece ser disse Graham. Vejo você na segunda-feira, Emma.

segunda-feira, 30 de março de 2015

A Once Upon a Time Tale:Despertar Capitulo 3

Capitulo 3
NEVE E PAIXÃO



EM UMA ESTRADA, DEPOIS DO CASTELO DE MIDAS, O Príncipe Encantado e Branca de Neve se encontraram pela primeira vez, cerca de um ano antes de seu casamento. As condições do encontro, inicialmente, não foram nada amigáveis. Branca de Neve estava vivendo como uma fugitiva quando caiu da árvore sobre a carruagem do Príncipe e sua futura noiva, enquanto eles atravessavam a floresta. E claro que, naquele momento, Branca não sabia quem ele era, o que o futuro lhes reservava ou a maneira curiosa como ele havia chegado àquele noivado... Para ela, aqueles dois eram apenas um casal de ricaços e sua carruagem, apenas um alvo para ser saqueado. Seu objetivo era o mesmo que com os demais que ela havia roubado durante sua fuga: conseguir algum dinheiro e escapar ilesa. Para viver e lutar novamente. Para evitar a rainha e seus soldados, para descobrir uma maneira de limpar seu nome. Estirada em um galho horizontal no topo da árvore, ela observava lá de cima enquanto a carruagem rodava e então parava. O homem bastante arrogante, pensou desceu, caminhou pela trilha e investigou a árvore caída que tinha interrompido a passagem. A árvore estava na estrada porque Branca a havia derrubado durante a noite, colocando-a lá. Um plano simples e elegante. Ela ficou espantada com o número de vezes que funcionou. E, então, pulou da árvore em cima da carruagem. Em questão de momentos - e ela tinha ficado muito boa nisso —, Branca pegou uma bolsa lá de dentro, sem prestar atenção na sonolenta loura da realeza que estava sentada no banco, enrolando seu cabelo. A bolsa era tudo o que importava, — e quando saiu correndo notou seu peso. Haveria algo bem valioso lá dentro. Branca conseguiu alcançar um dos cavalos dos nobres antes mesmo que a loura começasse a gritar. Trinta segundos depois, com o vento no rosto, Branca de Neve galopava para longe montada em um fogoso cavalo castanho, já pensando na Ponte dos Trolls. E ficou surpresa quando ouviu um grito bem atras dela. Virou-se e viu o homem arrogante em sua perseguição. Branca revirou os olhos. "Eles sempre acham que podem me pegar", pensou. O homem, no entanto, surpreendeu com sua capacidade de andar a cavalo; quando olhou por cima do ombro de novo, ele estava a praticamente duas cabeças de distância. Branca esporeou seu garanhão mais uma vez, mas foi tarde demais, pois sentiu as pesadas mãos do homem em seus ombros, os dois caíram de suas montarias e colidiram com o solo.
Ambos rolaram juntos. Branca encolheu seu corpo como uma bola para suportar o impacto, mas ouviu o grunhido do homem e sabia que ele tinha perdido o fôlego com o tombo. Quando finalmente pararam de rolar, ele estava em cima dela, mas sua respiração era irregular. Ele olhou para o seu rosto, e Branca então percebeu que somente naquele momento o rapaz estava descobrindo que ela era uma mulher. E desdenhou a surpresa que viu em seus olhos. (Embora fosse obrigada a admitir que fosse um belo par de olhos.) Ela usou esse breve momento de estranhamento, os dois com os olhares travados um no outro, para bater no queixo dele com uma pedra. O rapaz caiu para trás, atordoado. Ela estava galopando para longe novamente quando ouviu as palavras dele atrás: Vou encontrar você! Vou acabar encontrando você! MARY MARGARET BLANCHARD caminhava sozinha pela Rua Principal, contando as rachaduras da calçada, com as mãos nos bolsos da saia. Havia tido um encontro com o dr. Whale. Um terrível, terrível encontro. Mary suspirou, chutou uma pedra, olhou para a torre do relógio. Quando fora mesmo a última vez que ela tinha saído com alguém que tivesse apreciado? Não sabia... Ele havia se mostrado superior, coisa que talvez ela devesse ter esperado. Afinal, ele era médico. Mas também se mostrara desinteressado, fazendo com que Mary Margaret sentisse uma antiga e familiar tristeza. Será que ela era tão chata assim na opinião das outras pessoas? Custava a fazer contato com os demais... Era difícil para ela... Era como se tivesse saído com os homens errados durante toda a sua vida. Ela... Seu devaneio foi interrompido pelo que viu do outro lado da rua: Emma Swan, a mãe biológica de Henry, sentada na frente de seu Fusca amarelo, lendo o jornal atentamente. Mary Margaret sorriu, atravessou a rua e bateu no vidro do carro. — Você decidiu ficar na cidade por causa de Henry disse Mary Margaret. —Não é? — Ela admirou essa atitude. Claro, não conseguia imaginar como seriam as coisas a partir dali, mas admirava mesmo assim. — Sim, decidi ficar respondeu Emma, espreguiçando-se e esticando as pernas. O que não posso acreditar e que não existam quartos para alugar nesta cidade. — Levantou o jornal. — E nem emprego... Como pode? — Não sei muito bem o motivo — disse Mary Margaret. — As pessoas por aqui gostam que as coisas fiquem como estão, acho eu. — E o que você está fazendo na rua há esta hora? Mary Margaret cruzou os braços. —Tive um encontro péssimo, muito obrigado... — Ah, um desses... — Emma assentiu. — Conheço muito bem. — Ninguém nunca disse que o verdadeiro amor era fácil, não é? —retrucou Mary Margaret. Emma assentiu com a cabeça novamente, e Mary Margaret pensou ter visto
alguma coisa nos olhos da outra — algo que tinha a ver com amor verdadeiro, talvez, e que a magoara—, e subitamente se sentiu péssima. Por que ela estava sempre falando mais do que devia? — Bem disse Emma. - Tenha uma boa noite. Vou voltar para o meu escritório. — Você sabe que poderia ficar na minha casa — disse Mary Margaret de repente. Isso a surpreendeu, mas enquanto aquela oferta ficou parada no ar entre as duas mulheres, decidiu que parecia a coisa certa a fazer, de alguma forma. Que poderia dar certo, e que as duas se dariam bem. Deu um sorriso em seguida e acrescentou: — Quero dizer, claro, apenas até você conseguir se estabelecer, entende? Isso é... hã... muito legal de sua parte— disse Emma. — Mas devo lhe dizer que não sou de lato. o tipo de companheira de quarto. Sem ofensa, sabe? Mas foi muito gentil de sua parte, muito. Gostei mesmo. — Claro— disse Mary Margaret. E deu um passo para trás. Claro. O que for melhor para você. Elas se separaram, e Mary Margaret foi para casa, tentando se distanciar do sentimento de ser rejeitada duas vezes na mesma noite. No dia seguinte, iria como voluntária ao hospital. As pessoas de lá, pelo menos, ficariam felizes em tê-la por perto. O que a teria compelido a fazer esse tipo de oferta a uma pessoa totalmente desconhecida? Ela não sabia. Não tinha a mínima ideia. — ENCONTREI SEU PAI. Sentada ao lado de Henry na plataforma superior de seu "castelo", com as pernas penduradas, Emma olhou para ele. —Perdão, não entendi... —disse ela. Era sábado, mas Regina ficaria ocupada durante todo o dia, o que significava que Emma e Henry poderiam passar algum tempo juntos. Ela já viera se encontrar com ele ali antes, e isso realmente parecia bem melhor. Não havia razão para envolver Regina, nenhum motivo para fazer uma confusão de tudo isso. Duvido seriamente disso, rapaz, completou Emma. Porque certa vez Emma já tentara encontrá-lo. Encontrar os dois, pai e mãe. Não tinha ido muito longe, uma vez que as circunstâncias de seu próprio abandono quando bebê eram um pouco turvas. Não havia nada. Necas. Por isso, não havia uma chance em um bilhão de que esse moleque soubesse de alguma coisa que ela desconhecesse. Não, é verdade — insistiu Henry. — Ele esta aqui, aqui na cidade. O garoto se virou e pegou o tal livro. Emma olhou para o céu rapidamente, percebendo agora o que ele quis dizer. Ele só ficava indo e vindo, sempre com a mesma história... — Veja disse Henry, virando as páginas ate chegar a uma que mostrava um homem, um homem bonito, de queixo forte, olhos fechados. Seu queixo sangrava e ele estava deitado na grama. —É o Príncipe Encantado. Depois que Branca de Neve
o acertou com uma pedra e fugiu. Mas, escute, que tipo de versão distorcida da Branca de Neve você esta lendo nessa historia, garoto? — perguntou Emma, pegando o livro e folheando as páginas para trás, deixando os olhos vaguearem ao longo do texto. — É complicado — disse Henry —, mas o ponto é que ele está aqui, e é o amor verdadeiro da srta. Blanchard. e ela nem sequer tem ideia de que ele está aqui. Eu o vi. No hospital. Ele está em coma há muitos anos. Emma virou as páginas de volta para a imagem. — Esse sujeito? — perguntou ela, apontando para a figura. — O nome dele é John Doe — disse Henry. — Então, eles não sabem quem ele é. —E verdade, mas eu sei — disse ele. — E agora você sabe. E temos de fazer com que ele acorde, para então se lembrar da srta. Blanchard. Emma estava se prendendo à sua estratégia de seguir o que Henry dissesse. E a pergunta seguinte veio muito naturalmente: — Ótimo, e como vamos fazer isso? — Já pensei nessa parte —respondeu o menino. — Tudo o que precisamos fazer é levá-la para que ela leia essa história para ele. — Que história? — A historia dos dois se apaixonando... É importante. Emma não disse nada, apenas olhou para a agua. — O que foi? — perguntou Henry. —Você não acha que é isso? — Não, na verdade, acho que é respondeu Emma. Acredite ou não, acho, de verdade, que sim... Henry sorriu um sorriso radiante, irresistível. Então, você vai ajudar. — Claro que sim — disse ela. Mas vamos fazer isso do meu jeito. Não do seu jeito. Do meu. Entendeu? — DEIXE-ME VER SE ENTENDI — disse Mary Margaret, olhando para Emma com ceticismo. — Você quer que eu leia aqueles mesmos contos infantis que dei a Henry para esse John Doe? Que está mergulhado em coma profundo há anos no hospital? — Isso mesmo! — E quer que eu faça isso porque Henry acha que a história vai acordá-lo, porque ele é o Príncipe Encantado e eu sou a Branca de Neve, e nós somos almas gêmeas, e o verdadeiro amor pode destruir a maldição? — Sim —respondeu Emma, assentindo com a cabeça e mordiscando seu aipo uma vez mais. — Exatamente isso. — Isso é loucura. Emma ergueu a cabeça. — Um pouco — disse ela. — Mas não tanto assim. Elas estavam no apartamento de Mary Margaret, ambas sentadas no sofá.
Mary Margaret ficou contente quando Emma bateu à porta e, inicialmente, chegou a pensar que era sobre aquela oferta de dividirem o apartamento, mas Emma, que ao que parecia sempre fora muito direta, já começou a explicar sem rodeios o plano que envolvia aquele desconhecido no hospital. Era tudo ridículo. Mas Mary Margaret estudou a estranha mulher, pensando nas implicações do plano, no que isso significaria. Ela estava certa. Talvez não fosse tanta loucura assim. — E o que você não disse completou Mary Margaret — e que ele não vai acordar, Henry verá isso, e será uma forma gentil de mostrar que ele pode estar errado sobre essa maldição e tudo o mais... Emma deu um sorriso rápido, mordendo novamente seu aipo. —Mais ou menos por aí — disse ela. E, assim, Mary Margaret concordou. Por quê? Havia milhares de razões. Ela gostava de Emma Swan, gostou do plano para ajudar Henry, e da elegância simples daquela solução. Gostou, também, da oportunidade de ler para um paciente, um paciente muito bonito, na frente do Dr. Whale. Sim, essa parte era bobagem, mas, se ela estava sendo honesta, teria de admitir que notara John Doe várias vezes, todas as vezes que passou por ele e sentiu um vislumbre de tranquila familiaridade roçando em algum lugar de sua mente. Em seu caminho para o hospital, com o livro debaixo do braço, ela se perguntou se gostava de John Doe porque ele sempre estivera lá, sempre tão consistente, um homem sempre tão confiável. Não, ele não conversara com Mary Margaret, ele não tinha ideia de quem ela era, mas sempre permaneceu o mesmo. Ele era como ela. Estava sozinho, e preso ali em Storybrooke. Era incrível para ela como a vida parecia mudar pouco naquela cidade. Estava ali há tanto tempo, mas, a cada ano, as crianças pareciam ser as mesmas, seus confusos sentimentos sobre Storybrooke pareciam ser os mesmos, e sua solidão — alguma parte obscura de si mesma que simplesmente não acreditava que ela fora feita para ser uma pessoa caseira, que não conhece ninguém, que passa as noites ali sozinha, bebendo chá— , bem, essa situação nunca mudava. E como era Storybrooke, estagnada ou segura? Era ambas as coisas, estagnada e segura. Pequenas coisas como essa visita ao hospital funcionavam tanto como trabalho em si como para ocupar o seu tempo. Sentou-se na beirada da cama do desconhecido, deixou-se ficar confortável e abriu o livro. Olhou para as palavras, olhou de volta para John Doe. — Sei que é estranho disse ela. — Estou fazendo isto por uma amiga. Tente ser paciente comigo. Ela olhou através das amplas janelas de vidro e viu o Dr. Whale do lado mais distante do andar, fazendo sua ronda, a cabeça presa em uma planilha. Olhou de novo para John Doe e ergueu as sobrancelhas. — Desculpe se ficar chato. Ela leu a história que Emma tinha indicado, e a história lentamente tomou forma sozinha. Era sobre Branca de Neve como fugitiva, nada mais que uma ladra
que se escondia nos bosques; leu sobre o primeiro encontro com o Príncipe, e sobre o segundo encontro, e a combustão lenta dos sentimentos que começaram a brotar entre os dois, que tinham muito mais em comum do que poderiam imaginar. Mary Margaret não tinha lido o livro todo antes de dá-lo a Henry, e em um ponto ela fez uma pausa, olhou para John Doe e disse: — Talvez este livro não seja apenas para crianças. O que você acha? Para ela, parecia adequado a todas as idades. Ela viu a palavra de novo: "bandido". Alguém fugindo, alguém que quebrou as regras, alguém que viveu corajosamente, viveu de uma forma que não se encaixava nas normas sociais. Não, ela não era definitivamente uma bandida, não. Era uma pessoa boa, cuidadosa, gentil, cautelosa, cumpridora da lei. Ela não gostava de criar problemas. Não era como Emma Swan. Ela queria ser, mas não sabia como fazer isso. "Posso não ser uma bandida", pensou. "Mas tenho um coração bandido." Mary Margaret ainda estava presa na emoção da história quando chegou ao final. e seus olhos se moveram para as últimas linhas, sua curiosidade aguçada pelo conto. O Príncipe Encantado e a Branca de Neve estavam ficando juntos, mesmo que tivessem brigado o tempo todo. Leu: "... Um olhou nos olhos do outro; e não precisaram de palavras para expressar o que sentiam no coração. Pois era aqui. à sombra da Ponte dos Trolls, que o amor deles tinha nascido. E eles sabiam, não importa o quanto estivessem separados, que sempre encont...". Mary Margaret parou, com a voz presa na garganta. Impossível. Mas ela sentiu. Lentamente, já sabendo o que veria, deixou que seus olhos se movessem do livro para a mão esquerda, que o segurava. Seu coração, já batendo rápido, começou a disparar. A mão de John Doe estava em sua mão. Não apenas pousada em sua mão. Mas apertando-a. Ela se levantou, cobriu sua boca, afastando a mão dele da sua. Depois de um último olhar para os olhos dele, ainda fechados, ela foi procurar o Dr. Whale. BRANCA DE NEVE DEU UMA ÚLTIMA OLHADA em seus pertences, sabendo que provavelmente tinha se esquecido de alguma coisa importante, mas também atormentada demais para se preocupar com isso naquele momento. Sua casa no tronco da árvore não ficava longe do lugar onde roubara o tolo arrogante (e bonito) e o derrubara com uma pedra, e pensou então que seria mais prudente desocupar a área. Mas havia algo sobre aquele homem... Ela olhou para o seu pertence mais precioso: o pequeno frasco de cristal com uma quantidade minúscula de um potente pó de fadas. Havia aprendido a lutar com as mais diversas armas ao longo dos últimos meses, mas esta era de ordem superior. Magia. Com aquele pó ela seria capaz de derrubar ate o mais perigoso
dos inimigos. O plano dela, é claro, era utilizar o pó contra a Rainha Má. Ela não sabia como poderia vir a ter essa oportunidade, ou quando ela viria, mas, quando isso acontecesse, Branca de Neve estaria pronta. Prendeu o frasco ao redor do pescoço, amarrou o ouro em sua cintura e afastou- se da árvore. Deu um passo e então sentiu o chão debaixo de seus pés começar a se mover. E se mover para cima, na verdade. Uma rede, coberta de folhas. Antes que ela pudesse reagir, viu-se pendurada a seis metros de altura, amarrada, presa. — Oi, olá, você ai em cima ouviu-se uma voz, uma voz que ela reconheceu, e uma expressão sombria surgiu em sua testa. Era ele, o homem arrogante. Lá estava ele, com as mãos sobre os quadris, parecendo muito orgulhoso de si mesmo. — Eu avisei que encontraria você. — Ora, por favor... - disse Branca de Neve, pegando a adaga. Puxou-a e já estava prestes a começar a cortar a rede. — Ah-ah-ah-ah! - disse o Príncipe, vendo isso. Será uma bela queda, e tome cuidado, é bem possível que quebre o pescoço. Posso baixar você até aqui, com muito cuidado... Eles olharam um para o outro. ... Por um preço — acrescentou. — E essa e a única maneira que você consegue pegar uma mulher Capturando-a em uma rede? — E o meu método preferido de capturar ladrões, na verdade - respondeu ele. - Tenho vários outros métodos para a captura de mulheres. — Bem, você não e um verdadeiro Príncipe Encantado? — disse Branca de Neve. Ele sorriu diante disso. — Tenho um nome de verdade... — Não me interessa retrucou ela. — Você e o Príncipe e pronto. Tire-me daqui, Príncipe. Ele parou de sorrir. — Sem dúvida, assim que devolver o que é de minha propriedade. — Já se foi há muito tempo... Então, vamos ter de recuperá-la. Imagino que não tenha ido muito longe. Aquela bolsa continha um anel de casamento muito querido para mim. Ele me foi dado pela minha mãe, na verdade. — Ah, claro disse Branca de Neve, revirando os olhos. —Aquela chata na carruagem! Ah, ali! Claro que você se casaria com alguém assim. Deixe-me adivinhar. Ela é uma princesa. O casamente é e muito importante. — Você é incrivelmente rude para alguém na sua situação, presa em uma rede — disse o Príncipe. — Está ciente disso? — Por que eu iria ajudá-lo? — perguntou Branca de Neve. — Por que diabos iria ajudá-lo a encontrar o seu lindo anel? E o que você vai fazer? Vai me torturar se não achar o seu anelzinho?
— Não respondeu o Príncipe, e agora Branca de Neve podia ouvir em sua voz que ele tinha parado de jogar o seu jogo. Eu não faria isso, mas alguém mais sim, provavelmente. Ela o estudou através dos buracos da rede. Ele olhou de volta, sem pestanejar. — O que quer dizer? — Quero dizer que sei que você é Branca de Neve - disse —, e se você não me levar a essas joias, vou entregá-la aos homens da Rainha. - Dizendo isso, puxou de dentro do colete um cartaz dobrado de "Procura-se" e, depois de desdobra-lo, ergueu-o para que ela o visse. A semelhança era incrível. Ela duvidava que tivesse algum sentido protestar. A escolha é sua. Ajude-me ou eu a entrego. E tenho a sensação de que a Rainha não seria tão encantadora quanto eu. ELA CONCORDOU EM LEVAR O PRÍNCIPE ao lugar em que tinha vendido as joias, e ele imediatamente a baixou da armadilha, dizendo-lhe que confiava que ela não fugiria de novo, porque ele iria encontrá-la mais uma vez, não faria diferença. Por mais que ela pudesse ter gostado de acertá-lo no queixo com uma pedra (de novo), era mais razoável ir recuperar o anel. Durante três horas eles caminharam e conversaram pouco, e durante todo o tempo Branca de Neve bufava enquanto abria caminho pelo bosque. Logo atrás dela, o Príncipe caminhava casualmente, e havia algo na arrogância dele que ela detestava. Perto do meio-dia ele disse que deviam descansar e ela inclinou-se contra uma árvore, olhando para o oeste. —E o que é isso? — perguntou ele. Branca percebeu que estava brincando com o talismã que usava em torno do pescoço. — Não é da sua conta — disse ela, puxando a mão para longe do frasco de vidro. — Agora é disse ele, e com um movimento rápido arrebatou o delicado objeto e puxou-o do pescoço dela. — Cuidado! — gritou ela. — E uma arma. E pó de fada. Transforma qualquer inimigo em algo facilmente esmagável! O Príncipe, divertido, levantou uma sobrancelha e estudou o pequeno frasco de vidro. —É mesmo? — perguntou ele. — E então por que não usou isso contra mim? — Estou guardando para alguém que importa de verdade disse Branca de Neve. —Como a Rainha? —Não interessa. — É, talvez não disse o Príncipe. Mas diga-me, o que exatamente você fez contra ela para merecer tamanha ira? E impressionante. Ela odeia a si mesma, e por isso odeia todos os outros também, em especial a mim, aparentemente. Não fiz nada contra ela. O Príncipe estudou-a, e ela olhou para trás, ciente do fogo em seus próprios
olhos e sem fazer nada para esconder isso. Ele deu de ombros. — Muito bem, então — disse ele. — Ensine-me a bisbilhotar. E lhe devolveu o frasco. — O quê? — Exclamou Branca de Neve. Você está... me devolvendo? —Ele não estava jogando pelas regras de senhor e prisioneiro. — Sim respondeu ele, encolhendo os ombros novamente. Claro. Parece-me que você vai precisar disso. HENRY E EMMA SENTARAM-SE JUNTOS na lanchonete, à espera que Mary Margaret chegasse para contar como fora a leitura da história para John Doe na noite anterior. — Não quero que você tenha muitas esperanças — disse Emma, bebericando seu chocolate quente. — Nós... Os dois ergueram os olhos quando Mary Margaret, parecendo mais animada do que Emma jamais a vira antes, entrou na lanchonete e seguiu em linha reta para a mesa deles. — Ele acordou disse ela com simplicidade, deslizando para dentro do compartimento. Emma não queria nem adivinhar que tipo de sorriso se estampava no rosto de Henry. Não era esse o plano. — Eu... O que você disse? — perguntou ela. Ele agarrou minha mão. Bem no final da história. Ele está se lembrando— disse Henry. Assentiu com a cabeça para si mesmo, como se isso fizesse todo o sentido do mundo, e se levantou. — Vamos para o hospital— disse ele. —Vamos lá! — e correu para a porta. Emma inclinou a cabeça e olhou para Mary Margaret. O que você está fazendo? — disse ela. — Ele realmente segurou a minha mão! — insistiu Mary Margaret, parecendo-se mais com Henry falando do que Emma se preocupou em considerar. — Fizemos... Não sei, houve algum tipo de ligação. — Não é do tipo que tem a ver com as Brancas de Neve e os Príncipes Encantados, por acaso? Não, não — disse Mary Margaret. — Foi... apenas uma ligação. — Bem, então acho melhor irmos ver por nós mesmos — completou Emma. O XERIFE GRAHAM encontrou-se com todos eles na porta do hospital, com as mãos espalmadas para frente, o que fez Emma pensar que algo mais tinha acontecido. — O que aconteceu? — perguntou ela. Nada com que você tenha de se preocupar— respondeu Graham, olhando por cima de seu ombro. — Suponho que estejam aqui por causa do que aconteceu ontem à noite, não?
Entre John Doe e a Srta. Blanchard? Graham cumprimentou Mary Margaret com a cabeça, e Emma lembrou-se de que todas essas pessoas tinham relações. Só que não tinha ideia de qual seria a deles dois. — Mas o que há de errado? — perguntou Mary Margaret. —Ele está bem? —Não é que não esteja bem — disse Graham, virando-se e guiando-os pelo hospital. —E que ele se foi. — Como assim, se foi? — disse Emma. — Como isso é possível? Eles se aproximaram do dr. Whale, que balançava a cabeça, estudando um gráfico. — Não temos muita certeza — disse Graham. — Não é possível — disse o dr. Whale. — Cientificamente, pelo menos acrescentou. — E ainda assim ele não está aqui disse Emma. — Será que alguém o levou embora? — Não sei. O Dr. Whale ficou em silêncio, olhando acima dos ombros dos interlocutores. Emma ouviu o clique de saltos altos batendo no piso. Ficou tensa e virou-se a tempo de ver Regina caminhando em direção a eles. — O que elas estão fazendo aqui? — exigiu saber a prefeita. Que tipo de operação você está executando aqui, xerife? Isso é ou não a cena de um crime? —O que você fez? — Henry perguntou a Regina. O rosto dela se suavizou um pouco quando olhou para ele, ela inclinou-se e tocou-lhe o ombro. — Nada, Henry. Vim aqui para descobrir o que aconteceu com ele. Por que a prefeita se envolveria com uma pessoa desaparecida?— perguntou Emma. Regina se endireitou. — Porque sou o contato de emergência dele. —Você o conhece? — perguntou Mary Margaret. — Como? — Não o conheço, eu o encontrei disse Regina. — Anos atrás. Ao lado da estrada. Mas esperem... — disse Mary Margaret. Se ele está lá fora, em algum lugar, onde quer que esteja ele pode... Não se pode simplesmente acordar de um coma e ficar bem. — Ela olhou para o Dr. Whale. —Pode? — Ele ficou com tubos de alimentação durante anos, as pernas estão atrofiadas, e, se estiver consciente, deve estar desorientado e em pânico. Assim, respondendo à sua pergunta, não. Ele não está bem. Precisa voltar imediatamente Não quero especular sobre o que poderia acontecer a esse homem. —Então, encontre o — ordenou Regina, pegando a mão de Henry. — Este lugar não é para você disse ela. Vamos lá. Não quero que você ande com aquela mulher
Protestando com os olhos, Henry olhou para Emma conscientemente antes de ser arrastado para fora. Ela sabia o que estava se passando em sua mente. Encontre-o, ele estava dizendo para Emma. UMA HORA A MAIS em sua caminhada, Branca diminuiu o ritmo e, em seguida, parou o Príncipe colocando a mão em seu braço. — Tudo bem — disse ela, olhando em direção à ponte. Estamos aqui. Temos de ter cuidado. — Cuidado com os trolls? — perguntou o Príncipe. — Você está brincando? Você já se encontrou com um trolls? O Príncipe olhou para ela. — Então, temos de ter cuidado —ela repetiu, e em seguida levou-o até a ponte de pedra. Ela odiava trolls, mas eles não eram os piores parceiros de negócios. Sempre tinham ouro e sempre pareciam dispostos a comprar dela os bens roubados. Seu coração começou a bater um pouco mais rápido que antes, e Branca de Neve se aprumou, respirou fundo e, juntos, ela e o Príncipe saíram para ficar sobre a ponte. Ao vê-la olhando para si, ele sorriu de volta. E Branca se viu um pouco desarmada com isso, na verdade. O quê? — perguntou ela. — E agora? — disse ele, indo até a borda, olhando para baixo. Temos de fazer ruído de trolls? — Não — disse Branca, pegando a bolsa. Temos de bater à porta deles. Ela pisou na pedra coberta de musgo e depositou meia dúzia de moedas de ouro na borda da ponte. — Dê um passo atrás — ordenou ela, e o Príncipe obedeceu. Primeiro, ouviram o som de coisas raspando. Branca já tinha visto os trolls escalando a grande estrutura de suporte da ponte, e não tinha vontade de ver isso novamente. Eles eram como aranhas, só que ainda mais feios. Os trolls viviam lá embaixo, onde ela imaginava que devia ser uma imundície. Ela estremeceu só de visualizar como deveria ser... "Deus me livre de um dia encontrá-los naquele lugar", pensou. O Príncipe, com um olhar impertinente no rosto enquanto ouviam o som, disse: — Então, eles são... O líder dos trolls foi o primeiro a aparecer, pulando ao lado da ponte. Magro, trôpego, revestido de musgo e terra, ele se arrastou sobre a borda e se endireitou sobre seus oito pés. Branca tocou a mão do Príncipe, que ele havia movido para o punho da espada, e negou com a cabeça. Ele olhou para ela e deixou a mão cair ao lado do corpo. — Não é muito carismático, não? — murmurou. — Quem, em nome de Deus, é esse? — trovejou o líder dos trolls, apontando para o Príncipe. Depois, esticou lentamente o pescoço e olhou para ela. — E você, por que voltou? Nosso negócio já foi feito.
—Estou aqui para fazer um novo negócio — disse ela calmamente. Quero comprar de volta um item: o anel. O líder dos trolls franziu a testa, resmungou, olhou para um de seus compatriotas, que surgiu com um pequeno saco de estopa, cavou lá dentro e tirou um anel. Ele ergueu o objeto, e depois o deixou cair de volta no saco. — Não vou fazer negócio com ele aqui — disse o troll. —Perguntei uma vez e vou perguntar de novo. QUEM E ELE? Estas últimas palavras explodiram para fora dele, como se viessem de algum poço de raiva e tormento. Branca não permitiu que seu rosto mostrasse nenhuma emoção, mas estava com medo. Muito assustada. — Ele não é ninguém — respondeu. — Vamos fazer o negócio. E se eu lhe der todo o seu dinheiro de volta e você só me der o anel? Pode ficar com todo o resto. Ele inclinou a cabeça, pensando no que a garota dissera. Finalmente, depois de um longo e cético olhar para o Príncipe, virou-se para um de seus companheiros e assentiu. O outro troll puxou novamente o saco cheio de joias. — Obrigado — disse o Príncipe. E Branca pensou: "Não, não faça isso, não agradeça a ele". Mas o rapaz não captou seu olhar de advertência, e continuou com suas maneiras ridículas: —Apreciamos muito a sua ajuda. O líder dos trolls ergueu a mão, olhando para o Príncipe, dizendo para o outro troll esperar. — Olhe para essas mãos zombou o chefão, apontando para as unhas limpas do rapaz. E sorriu diabolicamente. — Olhe que traseiro bem alimentado... Esse sujeito é um nobre! O chefe dos trolls rosnou estas últimas palavras e Branca soube imediatamente que o negócio não prosperaria, pelo menos não de modo civilizado. Todos os cinco trolls puxaram suas adagas. — E daí? — perguntou o Príncipe, em tom de desafio na voz. Branca baixou a cabeça. Nunca admita isso — sussurrou ela. — Peguem o bonitão! — ordenou o chefe, e os outros se moveram em torno do Príncipe, que empurrou Branca para longe e ergueu a espada. Contudo, nem teve a chance de usá-la. Foi cercado e derrubado pelos velozes trolls com movimentos felinos, que se mostraram incrivelmente suaves e duas vezes mais rápidos que o seu aspecto desajeitado sugeria. Branca observou impotente enquanto eles rasgavam o saco que o Príncipe carregava e que continha todas as posses da jovem. Tudo o que o Príncipe havia tirado dela caiu ao chão, e logo um dos trolls tinha encontrado o cartaz dobrado de "Procura-se" nas vestes do Príncipe. O chefe da gangue desdobrou-o, deu uma olhada por muito tempo e balançou a cabeça, olhando para ela. Branca de Neve — disse ele. — Temos feito negócios com a Branca de Neve durante todo esse tempo! — ele riu. Que bela recompensa! —disse, e depois ordenou aos seus capangas. — Peguem a garota também! Dois dos trolls vieram em direção a ela, e, enquanto se moviam Branca
vislumbrou que o Príncipe estava se livrando dos outros. Ela se abaixou no último instante e os dois trolls a perderam. Enquanto se arrastava até a frente para recolher os seus pertences, bem como as joias, viu o Príncipe jogando um dos trolls nos outros dois, o que era impressionante, pensou, e imediatamente percebeu que ambos tinham agora o caminho livre para fugir. —Venha! — gritou Branca, e se virou para correr. Ouviu, então, os passos dele bem atrás dela e em seguida ele sendo derrubado. Branca olhou para trás e viu: outro troll havia subido pela ponte e agarrado o tornozelo do Príncipe bem na hora em que ele estava passando, e agora todos os outros estavam empilhados em cima dele. Se ela partisse, estaria livre e teria tudo. Mas ele estaria morto. Branca não pensou por muito tempo. Deixou cair a bolsa no chão e abriu o frasco do pó, tudo em um mesmo movimento, então girou nos calcanhares e voltou para onde estava ocorrendo a briga. O chefe dos trolls viu a chegando e lhe lançou um sorriso nojento: — O sangue real é o mais doce. Em resposta a essa frase, Branca jogou um punhado de pó em sua cara. O monstro virou uma lesma e caiu por uma rachadura da ponte. Os outros trolls vieram para cima dela e, um por um, ela atirou um pouco de pó neles, transformando-os em caracóis. Quando terminou, o Príncipe estava sozinho deitado na ponte, olhando para ela, abismado, enquanto alguns caramujos impotentes se arrastavam pelas travessas de madeira. O frasco do pó das fadas estava vazio. Você me salvou... disse ele, ficando de pé. — Obrigado! —Foi à única coisa honrada a fazer naquela hora - disse Branca. O príncipe olhou para o frasco vazio. Mas agora você não tem mais sua arma. — Mas vou pensar em outra maneira... — respondeu ela. — ... de matar quem preciso matar. Eu não podia ir embora e deixar o Príncipe Encantado morrer. —Tenho um nome, você sabe — disse ele. — É James. Bem, James... Prazer em conhecê-lo. Branca estava quase envergonhada pela maneira como ele estava olhando para ela agora, e sentiu-se corar. Virou-se de costas, para que ele não visse. — Vamos— disse ela.— Vamos sair daqui antes que mais desses trolls apareçam. —Ele acenou com a cabeça. Os dois caminharam juntos, lado a lado. Branca ouviu um som gratificante quando o Príncipe pisou, firme e deliberadamente, em um dos caracóis. EMMA, GRAHAM E MARY MARGARET vasculharam o bosque por horas, na esperança de encontrar o homem perdido, cada um deles lançando o feixe de luz da lanterna para frente e para trás nos troncos das árvores e nos arbustos grossos, espinhosos. Graham era um bom rastreador, e conseguiu seguir a trilha de John Doe por uma distância bem razoável, antes de perder os rastros. Mary Margaret
observou Emma, parecia estranhamente emocionada com tudo isso Emma se perguntou o que poderia estar acontecendo em sua cabeça. Provavelmente devia estar pensando que de algum modo era responsável por aquilo. Que Deus a ajudasse se ela estivesse achando que aquele era seu Príncipe Encantado, pensou Emma. Eles se separaram no ponto em que a trilha terminou, mas os três se reuniram de novo depois de trinta minutos de busca de pouco sucesso. Emma estava a ponto de sugerir que deviam esperar até de manhã para retomar a busca quando ouviram um barulho na direção do hospital. —Quem está aí? — perguntou Graham seca e decisivamente na direção do ruído. Sem responder, Henry apareceu na clareira, com o sorriso que era sua marca registrada estampado no rosto. Meu Deus, garoto disse Emma, indo em direção a ele. — Sua mãe vai me matar se souber que você está aqui fora. — Você já o encontrou? — perguntou Henry, olhando de Emma para o xerife Graham. — Desculpe Henry — disse Graham. — Ainda não. E Emma tem razão, precisamos levar você para casa. Posso ajudar, pessoal — disse Henry — Sei para onde ele está indo. —Para onde? — perguntou Mary Margaret. — E como pode saber disso? —Sei por que já conheço a história, entendeu? — respondeu Henry. —Venham! Escapou antes que Emma pudesse segurá-lo pela parte de trás da camisa, e, depois de um momento estranho em que um ficou olhando silenciosamente para o outro, os outros três correram atrás dele, chamando-o pelo nome. "Mas que moleque rápido", pensou Emma, esquivando-se à esquerda e à direita para evitar troncos pouco visíveis na escuridão. Ela corria depressa para manter a luz da lanterna firmemente para frente, mas só pegava vislumbres ocasionais da grande mochila de Henry saltando. — Ei, garoto! — gritou ela. — Vamos lá! Aonde você vai? Mas Henry não diminuiu o passo. Ele os levou pela floresta até que ela e Graham surgiram ofegantes, na clareira às margens de um rio que Emma ainda não tinha visto. Henry parou e se virou, esperando que eles se reunissem, porque Mary Margaret tinha ficado para trás. e então finalmente ela emergiu do bosque também. — É a ponte — disse Henry, apontando para a escuridão. Emma olhou para onde ele apontava. O caminho que levava para fora de Storybrooke atravessava o rio ali, seguindo por aquela ponte branca e enferrujada. Quando ela olhou para Henry, pronta para lhe perguntar o que estava falando, o menino já examinava o local ao redor, perto da linha das árvores. — Ele tem de
estar aqui, em algum lugar. — Ah, meu Deus disse Mary Margaret, com a mão sobre a boca. Apontou para o rio. — Vejam! — disse. — Ele está lá. Eu o vi! John Doe estava lá, de fato. Caído de bruços no rio, sem se mexer, e o camisolão do hospital ondulava em uma nuvem à sua volta. Graham foi o primeiro a chegar até o homem, vadeando o rio. Conseguiu erguer John Doe rapidamente e arrastou-o para a margem, e em seguida puxou o walkie- talkie do cinto e chamou uma ambulância. Enquanto ele falava, Mary Margaret ajoelhou-se, colocou a mão no peito de John e, lentamente, inclinou-se sobre o seu rosto. —Volte para nós — sussurrou em seu ouvido. Emma, sentindo-se desconfortável, porque estava certa de que aquele homem tinha morrido, observava sombriamente de cima enquanto Mary Margaret fazia respiração boca a boca no suposto cadáver. Emma não sabia exatamente como agir em relação a tudo aquilo. Não tinha coragem de dizer a Mary Margaret o que era óbvio. Segurando o pulso de John Doe, à espera de batimento, Graham provavelmente estava pensando a mesma coisa. Estaria ela louca ou Mary Margaret estava mesmo beijando John Doe? Pouco tempo depois, Henry estava de pé ao lado de Emma, observando a cena também. Ela sentiu uma intensa necessidade de cobrir os olhos do menino. — Ele vai ficar bem — disse Henry com conhecimento de causa. — Não se preocupe. Ela precisa beijá-lo para que acorde. Faz total sentido. Não é besteira. — Vamos torcer para que ele acorde garoto — disse ela, colocando a mão em seu ombro. — E não me importo se isso faz sentido ou não. Emma podia ouvir as sirenes à distância agora; Graham, assistindo a tudo com profunda expressão de tristeza, parecia estar à beira de parar Mary Margaret, impedindo a de continuar com aquilo. Ele olhou para Emma e ela deu de ombros. E então John Doe engasgou. Emma podia sentir a excitação de Henry com aquele som, e deu alguns passos em direção a eles, seguida por Henry Ela conseguiu acordá-lo —disse Henry Emma não sabia direito o que tinha acontecido. Virou a luz de sua lanterna no rosto de John Doe e ficou chocada ao ver que seus olhos estavam abertos. Ele estava olhando para Mary Margaret. — Obrigado — conseguiu dizer o homem. Ele enxugou o rosto, molhado da água do rio, e olhou em volta, confuso. — Meu nome é Mary Margaret. Você sabe quem você é? Ele olhou para ela, aparentemente procurando a resposta. — Não — finalmente respondeu. — Eu... eu não sei... MINUTOS DEPOIS A AMBULÂNCIA CHEGOU, e o dr. Whale e os paramédicos
levaram John Doe. Emma observou Mary Margaret, que olhava para eles com preocupação. Em um minuto, a ambulância se afastou. Ela entendeu mal, pensou Emma, olhando para Mary Margaret, que agora tinha começado a brincar com o seu colar. Devemos ir para o hospital e ver como ele está — disse a professora para ninguém em especial. Emma se aproximou. — Sim concordou, assentindo com a cabeça. Devemos ir até lá. Venha, vamos. Eles marcharam em silêncio até o degrau e escalaram a ponte, para atravessá- la. Emma sorriu um pouco quando viu a placa presa à ponte. Estava escrito, em simples letras pretas, PONTE TOLL, anunciando que um dia ela deveria ter tido um pedágio ou coisa assim. Mas alguém tinha achado divertido rabiscar um "R" entre o "T" e o "O"... O PRÍNCIPE E BRANCA DE NEVE tinham corrido quilômetros pela floresta antes de parar para respirar, sempre mantendo um ritmo acelerado enquanto mantinham boa distância dos trolls. Branca era uma corredora melhor que o Príncipe, ela logo percebeu, e diminuiu o ritmo (apenas ligeiramente). Depois de uma hora, a corrida tornou-se caminhada. Eles estavam seguros. Não havia mais nenhuma razão para ficarem juntos, reconheceu Branca. E ainda assim continuaram caminhando lado a lado, sem dizer nada. Andaram mais um pouco. Um pouco mais. Finalmente, depois de se passar mais uma hora, ambos chegaram a estrada, e lá existia uma bifurcação. Era o momento de partir. O Príncipe olhou para suas botas e disse; Bem. Isso tudo foi muito interessante... — Foi, concordo — disse Branca. — Você esmagou um deles quando fugimos... e olhou para ele maliciosamente. — Certamente não foi de propósito, foi? —Ah, não... — disse o Príncipe, fixando o olhar nos olhos dela. — Foi de propósito, sim. Achei aquele som de esmagar muito gratificante... Ela riu. E ambos riram um pouco, um de frente para o outro. — Acho que devemos fazer a nossa troca disse o Príncipe. Estamos indo em direções diferentes. — Você está certo — disse ela. Seus olhos pousaram nos olhos dele por mais um momento, e então ela enfiou a mão no colete e retirou de lá o pequeno saco de joias. Ele, por sua vez, pegou a bolsa com as moedas de ouro. Segurou no alto, deixou-a cair na outra mão e virou a palma para cima. Branca esvaziou ali o saco de joias. Ambos olharam para baixo enquanto ele vasculhava e achava o anel. — Eu sei, eu sei — disse ele, olhando-a nos olhos. — Não é o seu tipo de joias. — Quem sabe? — disse ela, arrancando o anel da mão do Príncipe. — Só há uma maneira de descobrir, certo? Ela sorriu e deslizou-o em seu dedo. O encaixe foi perfeito, e ela ergueu a mão, espalmando os dedos.
— Você está certo — disse ela. — Não é para mim. Ele assentiu com a cabeça, colocou o restante das joias de volta no saco, e tomou a mão dela na sua. Quando ele tirou o anel de seu dedo, disse: Se precisar de mais, pode ficar com todo o restante das joias. Esso não é necessário disse Branca. Nós dois conseguimos o que precisávamos hoje. Acho... —Sim. talvez sim — disse o Príncipe. O momento embaraçoso se passou, e Branca resistiu ao impulso de dizer algo bobo, para aliviar a tensão daquela situação. Mas não quis. — Boa sorte para você — disse ele. Então: — Se precisar de alguma coisa... — ... você irá me encontrar? — sugeriu ela, e um sorriso leve apareceu em seu rosto. Sim — disse ele. — Sempre... Você sabe que isso pode parecer loucura — ela disse —, mas acredito em você. Ele assentiu com a cabeça e deu um passo para trás. — Talvez devamos esperar e descobrir — disse ele. Balançou a cabeça de novo e olhou para a trilha que deveria seguir. E girou de volta para ela. —Adeus, Branca de Neve — disse. —Foi um grande prazer fazer negócio com você. — Adeus, Príncipe Encantado — respondeu ela, e girou, nos calcanhares, descendo a trilha a seu lado. Ela não se virou para olhar, porque não queria que ele visse que suas faces estavam muito coradas. ELES TINHAM DE ANDAR todo o caminho de volta ao pequeno hospital de Storybrooke, e no momento em que chegaram, Emma observou novos veículos estacionados na frente do prédio. Olhou com desdém para o Mercedes de Regina, em seguida para a ambulância estacionada em cima das listras de emergência perto da porta de entrada. Dentro do prédio, um grande número de enfermeiros, bem como o dr. Whale, estava reunido em torno da cama de John Doe, examinando-o. Emma notou outra mulher ao seu lado, alguém que não se parecia com um profissional médico. Era loira, alta, de aparência majestosa. Seu rosto estampava preocupação. Falou com John Doe lentamente, como se estivesse explicando alguma coisa, e ele olhou para ela. Assim que chegaram perto da cama de John, Regina os viu e veio interceptá-los. — Não tenho certeza do que você pensa que está fazendo nesta cidade— disse Regina, dirigindo-se a Emma, mas estou começando a ficar cansada das interrupções que você começou a causar. — Olhou para Mary Margaret e disse: — Parece que há um monte de novos... conflitos em Storybrooke desde que você chegou, Srta. Swan. Não acho que isso seja coincidência. Talvez não — disse Emma.
— Talvez você esteja certa. Regina olhou para trás, tentando compreender o que as palavras de Emma poderiam querer dizer. A própria Emma não sabia, mas gostou da reação que tinham causado. — Quem é... essa mulher? — disse Mary Margaret fracamente, ignorando o conflito surdo a seu lado, ignorando a raiva de Regina. Ela, por sua vez, estava olhando para a mulher loira ao lado de John Doe, que agora acariciava seu cabelo. — Seu nome é Kathryn disse Regina. — A esposa de John Doe. E o nome de John Doe é David. David Nolan. — São vocês? — perguntou Kathryn, olhando por cima, com um sorriso aliviado ainda pregado no rosto. — Vocês são as pessoas que o encontraram? Muito obrigada. Muito obrigada, mesmo— disse ela, saindo do lado de David e cruzando o quarto. Segurou as mãos de Mary Margaret nas suas e disse: — Não sei como lhe agradecer. — Não entendo disse Mary Margaret. — como você não soube que ele estava aqui? Antes? Uma cortina de melancolia tomou conta do rosto de Kathryn, e ela lentamente liberou as mãos de Mary Margaret, olhando para o grupo: — Nós... nós nos separamos. Há alguns anos. Foi sob... terríveis circunstâncias, uma briga feia. Ele saiu e me disse que estava deixando a cidade, que ia se mudar para Boston, que o casamento estava acabado. E acho que, durante todo esse tempo, apenas supus que ele estivesse lá, que tivesse... seguido em frente... — Ela olhou de volta para ele, que estava preocupado com o Dr. Whale. — E durante todo esse tempo, ele estava bem aqui - concluiu. — E você não tentou entrar em contato com ele nenhuma vez? — perguntou Emma com ceticismo. Ela não gostou daquilo. Não gostou da forma como aquela mulher surgira, tampouco do olhar de esperteza no rosto de Regina. — Claro que sim disse Kathryn, voltando-se. — Mas ninguém sabia onde ele estava. Se uma pessoa não quer ser encontrada, existe um limite ate onde você pode procurar por ela... — Olhou para Regina e sorriu calorosamente. — Mas a prefeita juntou as peças e me telefonou agora à noite. E inacreditável. Isto é, é como se estivéssemos começando de novo. Temos uma segunda chance. — Isso é tão lindo — disse Mary Margaret, sorrindo para a mulher. Emma duvidava que ela fosse à única pessoa no quarto que podia ver que aquele sentimento não era verdadeiro. Kathryn voltou para o lado da cama de David. — Vamos lá, Henry — disse Regina. — Hora de ir para casa. Quando passou por Mary Margaret, Henry olhou para ela e disse em bom tom: — Não acredite em nada disso. Ele acordou por causa de você. A história. Amor verdadeiro. O destino de vocês é ficarem juntos. —Henry! — disse Regina. Mas Henry correu, saindo do quarto. Regina,
sacudindo a cabeça em desalento, seguiu atrás dele. — Com licença — disse Emma às suas costas. — Senhora prefeita. Regina se virou. —Uma palavra antes de ir embora? Regina suspirou, balançou a cabeça em consentimento. As duas deixaram o quarto juntas. Henry já estava no estacionamento quando Regina parou de andar, e as duas mulheres se viraram uma para a outra. — O amor não é uma coisa linda? — perguntou Regina. —Estou tão feliz que essa história trágica tenha tido um final feliz. Isso nunca acontece... — Nada dessa história tem sentido disse Emma secamente. — Vamos deixar de lado esses joguinhos. —O que é que você acha, então? — perguntou Regina, de olhos brilhantes, parecendo estar se divertindo. — Que estou usando magia negra naquela mulher? Forçando a coitada a mentir? — Não, mas acho que está fabricando algo. — Não tenho ainda como saber o motivo. Mas isso cheira mal, seja o que for. —Você sabe Srta. Swan — disse Regina, caminhando de volta em sua direção, que coisas ruins acontecem. Mesmo em cidades pequenas como Storybrooke. Storybrooke é exatamente como qualquer outro lugar— disse Emma. Cheia de pessoas boas, com algumas pessoas podres jogadas na mistura. — Estou surpresa de que não fique feliz ao ver duas pessoas unidas — disse Regina. — Não há maldição pior no mundo que estar sozinho. Não é verdade? Regina sorriu e olhou por cima do ombro em direção ao estacionamento. — Tenho sorte de ter Henry — disse. Seria terrível não ter absolutamente ninguém... MARY MARGARET SENTOU-SE SOZINHA à sua própria mesa da cozinha, segurando um copo de água em uma das mãos, descansando a outra no colo. Enquanto seu prato de macarrão com queijo esfriava à sua frente, ficou pensando em tudo o que tinha acontecido desde que John Doe (seu nome era David, lembrou-se) havia tocado em sua mão. Tomou um gole de água, suspirou, fez os dedos correrem por entre os cabelos. Misturou alguns fios do macarrão no molho de laranja, pousou o garfo de volta no prato e girou o anel no dedo médio. Quando ouviu uma batida na porta, sabia que não poderia ser ele, pois deveria estar em casa com a mulher, no processo de reaprendizagem de sua própria história. Tinha visto os dois se abraçando. E, além disso, por que esperaria que um estranho batesse à sua porta? Ninguém queria esse tipo de coisa... Tentando se convencendo de que não esperava que fosse ele, abriu a porta e viu Emma olhando para ela. As duas mulheres se entreolharam. Mary Margaret viu-se então sorrindo, pelo menos um pouco.
—Olá, Emma — disse. — Oi. — O que eu posso... Está tudo bem? — Sim, tudo bem — disse Emma. O homem misterioso acordou e a Rainha Má está dormindo em sua torre. Somos boas. Mary Margaret riu suavemente e abriu a porta um pouco mais. Quer entrar? — perguntou. — Tenho um jantar pronto e poderia dividi-lo com você se... Na verdade, o que eu queria mesmo era saber se a sua oferta sobre o quarto ainda esta de pé — disse Emma. — Ah — disse Mary Margaret, legitimamente surpresa. Ela havia se esquecido de toda aquela história por conta das emoções desse dia. Mas ficou feliz que Emma estivesse ali. — Com certeza. Entre. Emma assentiu com a cabeça e entrou na sala. Deu uma olhada ao redor, obviamente satisfeita. Mary Margaret sentiu-se melhor. Não pretendia pensar muito no por que daquilo. — Mas que bela casa você tem disse Emma. E descansou a mão no balcão da cozinha. — Muito melhor que o banco de trás de um carro. — Isso é verdade — disse Mary Margaret, e as duas mulheres riram. — Mas estou contente que você esteja aqui — disse ela. — Realmente, Emma. Seja bem-vinda.

domingo, 29 de março de 2015

A Once Upon a Time Tale:Despertar Capitulo 2

CAPÍTULO 2
AQUILO QUE VOCÊ MAIS AMA











EMMA ACORDOU NAQUELA MANHÃ E FICOU SE PERGUNTANDO durante alguns instantes o que estava mesmo fazendo naquela cidade infernal. Mas logo se lembrou Sabia muito bem por que estava ali. Ainda se encontrava no banheiro quando ouviu uma batida na porta. Ao abri-la, surpreendeu-se ao encontrar Regina Mills sorrindo para ela. — Ah, bom dia! — disse Regina. Achei que seria bom parar aqui e lhe trazer um presentinho. Ergueu as maçãs que trazia em um saco de papel e entrou no pequeno quarto sem ao menos esperar pelo convite. Emma ficou olhando, cautelosamente. Tenho certeza de que vai gostar delas quando estiver em seu carro, na viagem de volta. — E acrescentou: — Pena que não tenha conseguido sair da cidade ontem à noite, depois de tudo... Olhando ao redor do quarto com desdém, Regina depositou as maçãs na bancada. — Decidi ficar — respondeu Emma, olhando para as maçãs. Mas... Obrigada. Tem certeza de que é uma boa ideia? — Perguntou Regina em tom alegre, e aparentemente nem um pouco surpresa com a notícia. Henry tem lidado com uma série de problemas emocionais. Acho que isso só vai contundi-lo ainda mais, não? — É que o fato de você já ter me ameaçado por duas vezes nas últimas doze horas — retrucou Emma finalmente —me faz querer ficar mais um pouco. — Como assim? — disse Regina. — Você considera essas maçãs uma ameaça? Eu não... — Sou bem capaz de ler nas entrelinhas, prefeita disse Emma, e cruzou os braços. — Acho que vou ficar na cidade até conseguir uma avaliação melhor da situação de Henry por aqui. Quero ter certeza de que ele está bem. — Entendo... — disse Regina. Você está preocupada com o fato de eu ser uma pessoa má, não é? Então, você anda lendo o livro dele também... Posso lhe garantir que ele está muito bem e que seus problemas estão sendo tratados. Henry não precisa de você. — O que isso significa? Significa que ele está fazendo terapia — respondeu Regina. Significa que vai aprender bem depressa que a realidade tem mais sentido que a fantasia. Como sempre digo a ele. E significa que apenas uma de nós sabe o que é melhor para o Henry. — Começo a achar que você está certa sobre isso. A audácia daquela mulher era inacreditável. Emma não conseguia se imaginar entrando tão corajosamente no espaço privado de uma desconhecida e falar assim
com tanto desdém, especialmente para alguém que poderia continuar na cidade por mais tempo. Regina lhe dirigiu um sorriso cruel e deu um passo adiante, em direção a Emma. Foi tudo ótimo — disse Regina, mas já está na hora de você ir embora de Storybrooke. — Ou então...? — replicou Emma, com os braços ainda cruzados Regina deu mais um passo em sua direção. Seus rostos estavam a menos de meio metro de distância um do outro, e Regina disse friamente: — Não me subestime, srta. Swan. Não tem ideia do que sou capaz. Emma fez uma pausa e considerou essas palavras. — Bem, então vai ter de me mostrar, não é? — respondeu Emma por fim. Os olhos de Regina se apertaram, restando apenas duas fendas estreitas. — Que assim seja. Dez minutos depois, sentindo grande necessidade de um café, Emma foi até a lanchonete. Também precisava pensar tentar entender por que Regina estava tão determinada a tirá-la da cidade. "Este lugar... Há alguma coisa que não se encaixa inteiramente em relação a este lugar... O que seria?", pensou Emma. Sentiu ainda mais essa estranheza quando viu o próprio rosto olhando para ela na capa do jornal da cidade, o Storybrooke Daily Mirror. Era uma foto de ficha policial. Emma comprou um exemplar do jornal e sentou- se a uma mesa. "Sério?" Pensou. "Você levou um dia para arrumar isso?" Quem quer que tenha escrito o artigo conseguira desenterrar muita coisa sobre a vida dela em um período de tempo bem curto. Seu nome era Sidney Glass; ele sabia que Henry tinha nascido em Phoenix e sabia também onde ela vivera desde então. Conhecia seu problema com a lei. Não estava tudo lá, mas o suficiente. Emma estremeceu. Era por isso que não gostava de cidades pequenas. — Aí está você. Emma afastou os olhos do jornal. A mesma garota da pensão, aquela que tinha discutido com a avó, estava ao lado de seu compartimento, sorrindo. Trazia uma xícara de chocolate quente e colocou-a sobre a mesa. Emma olhou para o nome escrito no crachá: Ruby. — Obrigada, Ruby, mas não pedi isso — disse Emma. — Eu sei disse Ruby. Ela sorriu e inclinou a cabeça. Emma ficou impressionada com o brilho vermelho do seu batom, era quase incandescente. — Você tem um admirador. Emma se virou para olhar pela sala e viu o xerife Graham sentado em um dos compartimentos. Ele estava tomando café e lendo o jornal também. A jovem se levantou e foi até ele, segurando a xícara de chocolate quente. — Então, decidiu ficar, não é? — disse ele agradavelmente. Emma ficou apenas olhando. — Gostaria de me acompanhar? — perguntou Graham. Fez um sinal para ela se
sentar. — Olhe, cara. O chocolate foi um gesto bonito. E é impressionante como foi capaz de adivinhar que gosto de canela no chocolate quente, mas não estou aqui a fim de namoro. Por isso, obrigada, mas não, obrigada, xerife. E abandonou ruidosamente a xícara na mesa em frente a ele. — Tudo bem, mas não fui eu que pedi isso— disse o xerife. Ele deu de ombros, olhando para ela inocentemente. — Fui eu — fez-se ouvir uma voz. Era Henry. Ele estava no compartimento ao lado, sentado tão agachado que Emma não pudera vê-lo. Também gosto de canela — acrescentou o menino. — Oi! Estou contente que você tenha decidido ficar... — Henry, o que você está fazendo aqui? — perguntou Emma. — Não tem aula hoje? — Sim, já estou indo — respondeu ele. — Você me leva até lá? Emma suspirou e lançou um olhar de desculpas ao xerife Graham. Ele sorriu gentilmente e voltou a ler o jornal. Havia alguma coisa naquele xerife que lhe agradava. Claro, ele estava sob as rédeas da prefeita e devia ser completamente dominado por ela, mas era um sujeito que parecia estar na dele... E também um tanto bonitão. Um tanto. Ela acenou dando adeus. Henry levou Emma para fora da lanchonete. — Nem acredito que você tenha ficado! Sério! — disse Henry quando eles já estavam na rua. — Agora as coisas vão funcionar! — O menino estava muito animado, e Emma sorriu. — Sua mãe preferia que eu fosse embora, acho — disse ela. — Não era minha intenção ter ficado... Ela não quer você aqui porque é a Rainha Má. Emma franziu o cenho. Henry parecia ter uma rica vida interior, mas ela não conseguia deixar de pensar no que Regina tinha dito ainda em seu quarto. O menino estava tendo sessões com um psiquiatra, pelo amor de Deus. E se tivesse algo de muito errado com ele? Será que fora certo alimentar essas fantasias, ter ficado ali? Ela não sabia. E teria de falar com Archie. — Explique-me o que você quer dizer com isso — disse Emma, pensando que seria melhor conversar com ele sobre algo que o entusiasmava do que repreendê- lo por inventar coisas. — O quê? A maldição? — Sim — disse ela. - O que é isso tudo? — Ah, legal, tudo bem! — disse Henry, ficando cada vez mais animado enquanto falava sobre esse assunto. — Quer dizer, você e eu precisamos desfazer essa maldição, entendeu? Esse é o nosso trabalho. E o primeiro passo da operação é a
"identificação". — Ele ergueu os olhos, confiante. A operação toda é chamada Operação Cobra. Emma ouvia atentamente enquanto Henry explicava sobre a maldição. Todas as pessoas que moravam em Storybrooke "Todas!" tinham vindo de outro reino A Terra dos Contos de Fada. Elas tinham vivido muito felizes por lá, e ostentavam identidades diferentes. E então, a fim de punir a Branca de Neve e o Príncipe Encantado por terem sido injustos com ela, a Rainha Má decidiu lançar uma maldição sobre todo o reino. Uma maldição segundo a qual ninguém jamais poderia ser feliz. Essa maldição havia transportado todos os que viviam na Terra dos Contos de Fada a este lugar, a este mundo no planeta Terra, um lugar que não tinha magia. Ninguém podia sair, o tempo havia parado, e ninguém sabia o que tinha acontecido. Todos estavam com amnésia, e todos tinham ficado presos ali durante vinte e oito anos, vivendo o mesmo dia infinitamente, de novo e de novo. Com exceção de Henry, que tinha descoberto tudo, por causa do livro e porque não tinha nascido na Terra dos Contos de Fada. A Rainha Má precisou pegar a maldição com sua antiga colega e inimiga, a Malévola explicou Henry. Ela foi ao castelo e lá tiveram essa grande batalha mágica, e a Rainha roubou a maldição do cetro da Malévola. Foi uma loucura de batalha! Emma assentiu, acompanhando o relato. — Mas, para que a maldição funcionasse direito - continuou o garoto, a Rainha teve de usar o coração de quem ela mais amava no mundo. Uau! — disse Emma. — Assustador! Eu sei! — concordou Henry. E adivinha o coração de quem ela acabou pegando para fazer o feitiço dar certo? Você nunca vai adivinhar! — Sim, não consigo imaginar de quem a Rainha Má poderia gostar... — O coração do pai dela! Ela matou o pai para fazer a maldição! Ei! — disse Emma. — Essa é uma raiva séria. — A melhor parte— disse Henry é quem você é. — Hã? Eu sou da Terra dos Contos de Fada? — perguntou ela. — Quem diria, hein...? Henry ignorou isso e explicou que ela era a filha da Branca de Neve e do Príncipe Encantado. EMma achou isso hilário. Henry explicou que aquilo não era tudo, porque Emma era a única pessoa que poderia quebrar a maldição. Estava tudo nas histórias. Ela era aquele bebê que nasceu pouco antes de a maldição cair sobre o reino. Ele girou sua mochila ao redor do ombro e retirou de dentro dela um conjunto de páginas, que Emma percebeu que deveriam ter sido tiradas do livro. Em seguida, Henry mostrou-lhe a ilustração de um bebê enrolado em um cobertor, com a palavra "Emma" bordada bem à vista. — Essa é a sua prova definitiva? — perguntou ela, olhando para a ilustração. — Há outras Emmas no mundo, como você sabe.
Emma pegou as páginas da mão do menino e começou a examiná-las, em busca de um nome de autor ou de uma data de direitos autorais. Mas não havia nada, nenhuma data, nenhum autor. Talvez no próprio livro, quem sabe... Ninguém parecia saber de onde tinha vindo essa coisa. No entanto, ela não podia negar que era mesmo uma coincidência que o bebê tivesse esse cobertor. Um cobertor que se parecia com o que a estava enrolando quando foi encontrada, o mesmo que levou com ela para todos os lares adotivos. Emma ainda o tinha em algum lugar, embalado em uma caixa lá em sua casa, em Boston. Mas aquela não era uma lembrança do tipo que a jovem gostava de reavivar, porque a maior parte das recordações que vinham junto eram dolorosas. Acho que você deve ler todas as páginas — disse Henry. — Esta parte aqui é a sua história. Sei que você não vai acreditar em mim até que leia tudo... — O menino balançou a cabeça para si mesmo, então disse: — Você não pode deixá-la ver essas paginas, entendeu? Não pode! Foi por isso que as arranquei do livro. Se ela vir isso, será... muito ruim... Emma olhou para o livro. — Sério? — disse ela, olhando para a imagem da Rainha. De fato, a ilustração se parecia um pouco com Regina, e por isso ela entendeu como Henry tinha se convencido de que tudo aquilo era verdade. Mais ou menos. — Muito ruim— continuou ele. — Muito ruim mesmo! Eles logo chegaram à escola. Antes de entrar, Henry olhou para ela, sorriu e disse: — Obrigado por acreditar em mim quanto à maldição. Eu sabia que você iria acreditar. — Isso quase a derrubou, ele estava levando aquilo a serio de mais. "Tudo bem, garoto, mas não acreditei em você nem um pouquinho!", pensou Emma. — Veja, eu não disse que acreditei, rapaz... — disse ela, pensando que provavelmente seria melhor ser honesta, mas de uma honestidade equilibrada. — Apenas escutei o que era absolutamente verdade. Ainda assim, Henry continuou a sorrir, em seguida virou-se e fugiu para a sua classe. Emma observou-o ir ainda sem saber como lidar com sua relação "interessante" com a realidade. Essa brincadeira da "Operação Cobra" parecia dar-lhe uma alegria sem fim, e algum instinto lhe disse que nunca seria uma coisa ruim deixar seu filho sentir alegria. Esse era o trabalho que uma mãe deveria fazer, não é? Mas outra parte dela pensou que talvez pudesse estar se comportando de forma imprudente, como aquela avó que se intromete e dá doces para o neto até que ele fique doente. Uma pessoa de fora que participa do jogo para conseguir ganhos de curto prazo e não se compromete com os objetivos de longo prazo. — E bom vê-lo sorrindo. Emma, assustada, viu que Mary Margaret tinha se aproximado.
— Oh, também acho que sim — respondeu ela. — Mas não fui a responsável. Foi à magia que fez isso... — Regina sabe que você ainda está aqui? Sim. Ela me encantou essa manhã com um discurso irritado. Muito, muito agradável. Como é que essa mulher conseguiu ser eleita servidora pública? Ela não tem habilidades sociais. — Parece que sempre foi a prefeita — disse Mary Margaret. Emma olhou para ela e levantou uma sobrancelha. — O que você quer dizer com isso? — Acho que todo mundo está com muito medo de concorrer com ela — continuou Mary Margaret. — E tenho a impressão de só ter piorado as coisas para Henry quando lhe dei aquele livro. — Onde você conseguiu esse livro? — perguntou Emma. — Vejamos... — pensou Mary Margaret. — Não estou totalmente certa... Aqui na escola, talvez? — Falando nisso, quem ele acha que você é afinal? — perguntou Emma. — Eu? Que bobagem... — Ela sorriu e olhou para baixo. — Na verdade, ele acha que eu sou... a Branca de Neve. — Uau! A Branca de Neve! — disse Emma, e acenou com a cabeça, impressionada. — Nada mal. — E quem é você? Emma olhou para ela e não quis responder, pois percebeu o que isso implicava quanto ao relacionamento delas. Emma surpreendeu-se com o fato de uma parte da sua imaginação brincar tão ansiosamente com a ideia, tentando se conectar com ela, ainda que por apenas alguns segundos. Era exatamente o tipo de coisa que ela costumava fazer quando ainda era criança, um jogo que jogava sozinha. "Fantasiando a mamãe" era como Emma o chamava, mesmo que nunca tivesse contado a ninguém o que ficava fazendo durante todas aquelas horas, escondida em guarda-roupas ou debaixo de árvores. Passava todo aquele tempo imaginando como seria sua mãe, quem seria, onde moraria, por que tinha sido obrigada a dar Emma para adoção... Aquela fantasia acabou criando, ao longo dos anos, uma imagem esmaecida em sua mente; era quase como uma lembrança. A mulher estava sorrindo e vindo em sua direção com os braços abertos, dizendo: "Emma, Emma", com uma voz doce e suave. Aquilo era bobagem. Criação da sua mente. Uma estupidez. Ela se deu conta disso quando estava com onze ou doze anos, e então desistiu de jogar esse jogo. Para sempre. — Eu? Ah, eu não estou no livro... — Isso mesmo — respondeu Mary Margaret. — Você é de algum outro lugar. Emma sorriu. — Mas tenho de ir ver o Grilo Falante. Mary Margaret franziu a testa. — O médico dele. Archie — explicou Emma. — Sabe onde posso encontrá-lo?
Ela sabia. E Emma se encaminhou para o consultório de Archie, perguntando-se se era inteligente o que estava fazendo, envolver-se na terapia de Henry, mas incapaz de voltar atrás. O mais provável é que ele não pudesse lhe dizer nada. Porém, novamente, ela era a mãe de Henry, afinal... Foi com estranha facilidade que ela se viu pensando em si mesma como a mãe de Henry, e pensou novamente no momento com Mary Margaret, o salto de fé. No caso de Henry, era verdade, ela era sua mãe, mas, ainda assim, o conceito era o mesmo, não? Você não sabe nada sobre uma coisa, depois acaba descobrindo e... Blam! Começa a repensar tudo. Precisava ter cuidado. Havia alguns pontos sensíveis em sua psique, em que ela se sentia vulnerável. Por muitos anos desenvolvera uma couraça, e agora, em apenas alguns dias, estavam aparecendo fissuras. Se surgissem muitas, alguém acabaria por explorá-las. Na porta do consultório, Archie sorriu e a cumprimentou, convidando-a a entrar na pequena sala. Assim que entrou, Emma disse-lhe que precisava conversar sobre Henry. Ah, não, eticamente na realidade não devo... — Sei, sei. Entendo. Sigilo da relação médico paciente. Só quero saber uma coisa. Talvez você possa quebrar as regras apenas por uma vez... Archie ficou mais relaxado e cruzou os braços. — Do que se trata? O que causou isso? — perguntou Emma. Essa simples pergunta martelara em sua mente durante toda a manhã. — Por que ele está confuso quanto ao que é ou não real? Ele está... Louco? Ou é apenas a sua imaginação? Acho que devo saber se ele está doente ou apenas... Não sei... Qual é de fato, o diagnóstico? Archie pareceu ficar aflito com a pergunta, especialmente pelo uso que ela fazia da palavra "louco". Ajustou os óculos nervosamente, sacudiu a cabeça um pouco mais e caminhou com ela até sua mesa. — Por favor, não fale assim dele... Por favor, não diga que você acha que ele é louco, isso seria terrível. — Fez um gesto para que ela se sentasse, sentando-se também. — Essas histórias são a sua linguagem. Pense nisso dessa forma. E assim que Henry se comunica com o mundo agora. Ele já passou por tanta coisa... — Essa é a comunicação dele, Srta. Swan. E é uma coisa boa! Ele está lidando com seus problemas. Exatamente! — Quais são os problemas dele, então? — Era a sequência lógica. Archie pareceu perceber para onde Emma estava indo. Franziu os lábios e inclinou a cabeça. — E Regina, não é? Ela está deixando o menino infeliz, é isso? — Não, não, isso e um exagero, uma conclusão muito simplista disse Archie. — Claro que não. Ela é uma mulher complicada e uma mãe bastante severa, mas é boa mãe também.
Ele assentia com a cabeça ao dizer isso, observou Emma. O psiquiatra parecia acreditar no que estava dizendo. — Como é seu relacionamento com sua mãe? Entende o que quero dizer? Outra seta diretamente no coração. — Você obviamente não leu o jornal da manhã — retrucou Emma. O que isso tem a ver com... — Sou adotada também — respondeu ela. — Não conheço minha mãe. Ah... — exclamou Archie em voz baixa, como se isso tivesse sentido para ele. Assentiu com a cabeça para si mesmo, tocou o queixo. — Entendo... Bem, você compreende o que quero dizer. Os relacionamentos com as mães são sempre complicados. — Sorriu. —E com os pais também. — Algo me diz que as coisas são ainda mais complicadas quando se trata de Regina. —Ela tenta, mas pressiona demais e deixa as coisas mais difíceis— continuou Archie. Aparentemente lutando com outra coisa agora, ele suspirou, em seguida abriu um armário de arquivos. — Leve este arquivo e dê uma lida, você verá. Emma franziu o cenho, cética. O médico estava agindo de forma estranha; algo estava errado. —Por que está fazendo isso? —Porque ele se preocupa com você —respondeu Archie, entregando-lhe o arquivo. — E eu me preocupo com ele. Emma pensou naquilo. Algo parecia muito errado, com certeza, mas ela queria o arquivo. O que quer que Archie estivesse fazendo, ela tinha certeza de que seria capaz de lidar com aquilo. Mais segura, estendeu a mão e pegou a pasta. Simples matemática, não é doutor? —Exatamente — disse ele, ajeitando os óculos novamente. Emma levantou-se, e ele parou para vê-la ir embora. NÃO DEMOROU MUITO PARA QUE EMMA percebesse que seus instintos quanto ao bom doutor estavam certos. Poucas horas se passaram depois de sua visita ao psiquiatra, e o xerife apareceu "misteriosamente" em sua porta, olhando-a severamente. — Sinto muito, srta. Swan — disse Graham, mostrando-lhe as algemas. — Mas você está presa. Emma não podia acreditar no que estava ouvindo. Ela estava na porta do seu quarto, depois de ter acabado de tomar banho e trocar de roupa. O xerife olhou para ela com simpatia nos olhos. Ela havia aberto a porta esperando encontrar a Vovó com uma nova muda de lençóis limpos. Mas, em vez disso, Graham a estava informando de que ela era acusada de ter discutido com Archie e roubado o arquivo de Henry de seu consultório. —Foi ele que me deu o arquivo —disse Emma ao xerife, entregando-lhe o documento. Isso é ridículo. Você não percebe que foi Regina que armou tudo, não?
Ela está de alguma forma, forçando-o a dizer isso. —Vou ter de algemá-la — disse Graham. —Sinto muito. —Tudo bem —disse Emma.— Prenda-me novamente. Tem algum problema? Prenda Emma! —Ela se virou e fechou os punhos atrás das costas. -Que bela polícia... Na delegacia, enquanto ele tirava a foto para o prontuário, Emma perguntou ao xerife sobre Regina. — Toda esta cidade tem medo dela. Você sabe disso, eu sei disso. Por que não fazer alguma coisa? Onde mais ela pôs as suas mãos? — Ela é a prefeita — disse Graham. —Suas mãos estão em tudo. —Em tudo? — perguntou Emma, erguendo uma sobrancelha. —Olhe... disse ele, levando-a até a cela. —Você está aqui há dois dias. Ela está aqui há décadas. Talvez você não saiba de tudo, certo? — Eu sei o que roubei e o que não roubei — disse Emma. — Archie está mentindo. Mais uma vez, Graham não disse nada. Mas Emma podia jurar ter visto algo em seus olhos. ELA SE SENTOU NO CATRE DA CELA, furiosa, antes de ouvir uma voz familiar e então se levantar de novo. — Ei, você tem de deixá-la sair! Era Henry. Ele entrou na sala da delegacia, na frente de Mary Margaret Blanchard. Graham, surpreso, ergueu os olhos de sua mesa. —Henry, o que você está fazendo aqui? — perguntou o xerife. E se virou para a professora do menino, confuso. —Srta. Blanchard? — Estamos aqui para ajudá-la — disse Henry. Então, depois de olhar para Emma, sorriu e disse: —Bem, ela é que vai pagar a fiança. Não tenho dinheiro. —Por que você faria isso? —perguntou Emma. Mary Margaret parecia envergonhada e começou a procurar em sua bolsa. Eu... Eu não sei — disse ela. —Confio em você. O xerife parecia um pouco surpreso com o rumo dos acontecimentos, mas levou na esportiva. Enquanto Mary Margaret e Graham cuidavam da papelada. Henry deslizou para mais perto da cela. — Bom trabalho — sussurrou para ela. Emma inclinou-se e sussurrou de volta: — Bom trabalho com quê? — Em ser presa! Esse era o plano. Eu entendo. - Henry assentiu. Buscando informações. Operação Cobra, certo? —Claro garoto — ela sussurrou de volta. —Algo a ver com isso. — Ok, então disse Graham do outro lado da sala, segurando uma folha de papel. Mary Margaret sorriu, acenou com a cabeça. — Parece que tudo está em ordem.
Emma ficou de pé. — Ótimo — disse ela. Agora, deixe-me sair daqui. E então olhou para Henry. — Tenho algo a fazer. EMMA FOI DIRETAMENTE para a loja de ferragens. Ela era boa em achar pessoas, sim. Fora isso, possuía um talento especial para dizer quando alguém estava mentindo. Ambas as qualidades tinham ajudado muito em sua carreira, de caça aos criminosos por recompensa, mas ainda havia uma terceira qualidade, aquela ligação meio oculta e indistinta entre essas duas, o que a tornava realmente excepcional naquilo que fazia. Pressionada o bastante, ela pode achar fissuras em couraças também. Sabia muito bem atingir as pessoas onde mais sentiam. Se quisesse, Emma poderia descobrir essas fissuras, e, quando o fizesse, não teria medo de atirar. Ela encontrou uma serra com motor de dois tempos, pediu a um funcionário da loja que a tirasse da caixa e a abastecesse, e pagou-a com cartão de crédito. —Vai trabalhar no jardim? —perguntou a mulher de trás do balcão. — Não, na verdade, não — respondeu Emma. Mas quem aquela mulher pensou que ela fosse? Tome algo valioso de mim, pensou, e retribuirei o lavor. Esse pensamento se movia em círculos dentro de sua mente; a raiva de Emma a impedia de andar para muito mais longe enquanto caminhava pela Rua Principal. Ela ligou a serra e puxou o cordão enquanto caminhava pelo canteiro, olhando para a macieira de Regina. As maçãs significavam alguma coisa para aquela mulher, Emma sabia disso. Quando alcançou o tronco da árvore, hesitou. Então decidiu não derrubar a coisa. Um tronco importante já seria o suficiente. Um dos maiores. Seria uma ferida, mas não uma ferida mortal. Seria apenas o começo. Emma não se sentia completamente pronta para usar a opção nuclear. A serra cortou o galho com relativa facilidade, e ele emitiu um sonoro CRRRAAAAAACC pouco antes de despencar da árvore para o solo. Emma sorriu e deu um passo atrás. Não precisava erguer os olhos para a janela... Sentiu que Regina estava lá, vendo isso acontecer. Após um momento de silêncio, com o cheiro de gasolina e óleo impregnando o ar, e a árvore ferida não reclamando afinal, Regina explodiu para a rua. — O que você está fazendo? — gritou a prefeita, caminhando em direção a Emma, que levantou a motosserra como uma arma. A serra não estava ligada, e Emma não tinha a intenção de cortar Regina ao meio. Ainda não havia chegado a esse ponto. Ainda não. — Vim colher maçãs... — respondeu friamente. —Você está maluca! Emma deu um passo adiante e encarou Regina em frente à árvore partida. — Não. Quem está maluca é você, se pensa que um golpe malfeito para me acusar de um crime não existente vai me amedrontar. Terá de fazer melhor que isso, minha senhora. Venha atrás de mim de novo e voltarei para acabar com esta
casca cheia de vermes. Por que, irmã? Sabe por quê? Porque você não tem ideia do que sou capaz de fazer. Virou-se e foi embora, deixando Regina ao lado do galho caído, sem palavras. Por cima do ombro, Emma disse: "É sua vez". ALGUMAS HORAS DEPOIS, tendo finalmente esfriado a cabeça após uma caminhada no bosque, Emma voltou à Pensão da Vovó com nova determinação. Ainda não sabia como, mas descobriria alguma maneira de fazer parte da vida de Henry. Não iria a lugar nenhum, ficaria bem ali, em Storybrooke. Vovó, parecendo bastante desconfortável, parou-a no corredor. — Sinto muito, querida — disse a senhora. Mas temos uma política de não aceitar criminosos aqui. Vou ter de pedir que vá embora. — O quê? — exclamou Emma. O que foi? A reportagem do jornal? O que aconteceu de manhã? Vovó assentiu tristemente. Emma, já não mais surpresa com nada que pudesse acontecer naquela cidade, entregou a chave do quarto. E deixe-me adivinhar — disse ela. — Foi um telefonema da prefeitura que a lembrou de sua própria política... Tentamos manter as coisas seguras para os nossos hóspedes — disse a Vovó, pegando a chave. — Isso é tudo. Bem, já morei em um carro antes, pensou Emma. Arrumou suas poucas coisas e levou-as para o seu VW. —Mas o que... Emma apertou os olhos enquanto se aproximava do carro com suas sacolas. Havia uma trava de imobilização na roda dianteira. Regina novamente. Será que essa mulher não dava uma pausa? Assim que pensou nela, o celular de Emma tocou. Ela não reconheceu o número. No entanto, logo pôde reconhecer a voz. Era Regina. Queria fazer um acordo. EMMA SE AFASTOU DO CARRO e foi caminhando quase um quilômetro ate o prédio da prefeitura. Emma e Regina se cumprimentaram de forma tensa, e a prefeita fez sinal para ela se sentar. Serviu uma bebida, que não era sidra dessa vez, para sua convidada e preparou uma para si mesma. —Obrigada por ter vindo— disse Regina. —Eu gostaria que isso ocorresse de forma civilizada. Acho que podemos dar um jeito na situação. —Dar qual jeito, em quê? — perguntou Emma. — Em tudo isso respondeu Regina. — Você. Aqui. Tenho a sensação de que esta mais determinada que nunca a ficar na cidade. E não sou cega. Sei que ficar no caminho do meu filho só vai fazer com que ele deseje algo ainda mais do que já quer. Emma se descontraiu um pouco e se afundou na cadeira. Respirou fundo.
— Tudo bem — disse ela. Estou ouvindo. — Eu aceito que você esteja aqui para tirar o meu filho de mim. Lá estava. Emma pensou por um momento e depois disse: — Não é por isso que estou aqui. Então, qual é o motivo? — perguntou Regina. Emma não tinha absoluta certeza de todos os seus motivos. Aliás, estivera lutando com essa mesma pergunta durante todo aquele dia. — Estou preocupada com Henry, francamente — disse ela por fim. — Ele acha que todo mundo nesta cidade é um personagem de conto de fadas. Isso não é um bom sinal. Regina assentiu. E você não acha que isso seja verdade, presumo. —É claro que não! Não acho que minha mãe seja a Branca de Neve e não acho que você seja a Rainha Má. Henry está tendo muita dificuldade em distinguir a fantasia da realidade. Tudo isso é uma loucura. Emma franziu o cenho, vendo o sorriso de Regina. Seus olhos tinham se movido quase imperceptivelmente para a direita. Emma então se virou para olhar a porta do escritório. Henry, estampando tristeza no rosto, olhava para ela. — Você acha que estou louco? — perguntou ele, com os olhos úmidos. O coração de Emma subiu à garganta. — Henry, não, eu... Mas já era tarde demais, e ele fugiu. Antes de Emma poder ficar de pé, Henry tinha desaparecido de vista. Furiosa, ela se virou para Regina. — Você fez isso de propósito. Sabia que ele estaria aqui! — Claro que eu sabia que ele estaria aqui disse Regina friamente. — Ele é meu filho. Henry vem para cá às cinco horas da tarde, precisamente, toda quinta-feira. Não sei se você sabe, mas as mães acompanham os filhos... Emma, com o pulso acelerado, sentiu sua raiva se misturar com tristeza e arrependimento. Havia perdido a batalha, tinha magoado Henry. Não importava como isso tinha acontecido. Fora uma idiota por ter vindo até ali. — Você não tem alma — disse ela a Regina. Era tudo o que pôde pensar em dizer antes de correr para fora, atrás de Henry. ELE ESTAVA NA TERAPIA, no consultório de Archie. Emma viu os dois através da janela enquanto corria até o prédio. A rápida olhadela lhe disse tudo o que precisava saber. Henry estava sentado em sua cadeira, curvado e deprimido, e essa visão partiu seu coração. Ela não conseguia ver seu filho assim triste, e vê-lo feliz lhe trazia muita alegria. Talvez fosse essa simples bússola o que poderia guiá- la. Entrou no consultório sem bater, e ambos, Henry e Archie, olharam com surpresa para a pessoa que invadia a sala. — Preciso falar com você — disse Emma. Archie ficou de pé imediatamente. — Srta. Swan, isto é altamente irregular— disse ele, com a mão estendida para ela. Emma olhou-o diretamente nos olhos e o psiquiatra murchou. Archie começou
a remexer nos óculos. Sinto muito sobre o arquivo. Ela me disse que... — Está tudo bem, Archie — disse ela. Não estou nem um pouco preocupada com isso agora. E virou-se para Henry. Preciso que você saiba que fiquei na cidade por sua causa. Estou aqui por você. Não acredito que você seja louco. O que acho é que esta cidade é uma loucura e essa maldição e uma loucura, mas isso não significa que eu ache que você esteja louco. Henry parecia um pouco cético no início do discurso, mas sua postura foi melhorando enquanto Emma continuava a falar. Encorajada, Emma puxou o maço de papéis da bolsa e disse: — Eu li estas páginas. Você estava certo, são perigosas. E só há uma forma de mantê-la longe da minha história e conhecer tudo sobre mim caminhou até a lareira e lançou os papeis lá dentro. — Ela nunca mais poderá ler estas páginas. — Todos ficaram vendo os papéis queimarem. — Agora estamos em vantagem. Henry sorriu. —Brilhante! — gritou. Emma olhou para Archie esperando um olhar de advertência da parte dele, mas pôde ver que ele estava satisfeito com o modo como aquele simples ato tinha deixado o menino tão feliz. — Eu sabia que você estava aqui para me ajudar! — exclamou Henry. — E isso aí, garoto— disse Emma. — E por isso que estou aqui. Nem mesmo uma maldição pode deter isso.




Continuar...